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Manifestantes pró-Rússia participam de ato em Luhansk, cidade do leste ucraniano | Vasily Fedosenko/Reuters
Manifestantes pró-Rússia participam de ato em Luhansk, cidade do leste ucraniano| Foto: Vasily Fedosenko/Reuters

Sanções

Prazo para cumprir exigências é deixado em aberto pelos EUA

Agência Estado

A Casa Branca diz que o governo dos Estados Unidos ainda está tentando determinar quem foi o responsável pelo tiroteio de domingo no leste da Ucrânia e não especificou quando a Rússia teria de cumprir os termos do acordo assinado em Genebra para conter as tensões na região.

O porta-voz Jay Carney pediu que Moscou respeite os compromissos da semana passada para estabilizar o conflito e alertou sobre a possibilidade de sanções mais pesadas contra o país, mas não falou sobre qual seria o prazo para que tais sanções pudessem ser adotadas.

Carney disse que militantes pró-Rússia no leste da Ucrânia devem entregar suas armas e abandonar prédios ocupados. A Ucrânia afirma que o ataque foi orquestrado fora do país e deixou três mortos, enquanto o governo russo diz que o número de mortos chegou a cinco, sendo três deles ativistas pró-Rússia.

  • Arma com fita laranja e preta de São Jorge, uma marca dos insurgentes separatistas

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, acusou ontem o governo da Ucrânia de violar o acordo para dar fim à crise no leste ucraniano, assinado na última quinta-feira.

O pacto, que também foi assinado por Estados Unidos e União Europeia, previa o fim da violência do governo e de milícias armadas, a desocupação de prédios tomados e maior autonomia às províncias.

Logo após o acordo, o governo da Ucrânia anunciou uma trégua na operação contra milicianos pró-Rússia até domingo. No entanto, o cessar-fogo foi quebrado já na madrugada de domingo, após um incidente armado que matou três pessoas em Slaviansk, uma das cidades em que a revolta contra Kiev é mais forte.

Para Lavrov, o incidente armado "excede todos os limites" e foi provocado por grupos de extrema direita, contrários à influência russa na Ucrânia. "Não podem, ou talvez não querem controlar, os extremistas, que seguem mandando [no país]."

Ele também criticou o governo ucraniano por "não movimentar um dedo" para dar fim à crise. "O acordo não é apenas desrespeitado, mas é grosseiramente violado pelas medidas adotadas pelos que assumiram o poder em Kiev", diz Lavrov.

O chanceler russo ainda atacou os EUA, que ameaçaram Moscou com novas sanções se os militantes pró-Rússia não desocuparem os prédios no leste ucraniano. "Antes de fazerem ultimatos, nós pediríamos a nossos parceiros americanos que tenham consciência de sua responsabilidade pelo apoio aos que chegaram ao poder em Kiev."

Na noite de domingo, o presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, acusou o russo Vladimir Putin de querer destruir o que chamou de Ucrânia independente. "Somos um exemplo para muitos dos Estados pós-soviéticos de que a população pode escolher o governo que quiser", afirmou.

Para ele, Putin desestabiliza o vizinho porque não tem um governo que é seu aliado. "Por isso, ele não quer só se apoderar de parte da Ucrânia, mas desestabilizar a situação em todo o país."

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