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| Foto: KEVIN LAMARQUE/REUTERS

A Rússia boicotou nesta terça-feira (29) uma reunião convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para discutir o combate ao Estado Islâmico. O evento era uma das atividades paralelas da Assembleia-Geral da ONU.

Para o encontro, Moscou mandou seu vice-embaixador na ONU, Evgeny Zagaynov. A escolha de um representante de menor escalão para assistir a reunião é mais um resultado da divisão dos dois países em relação à guerra civil na Síria.

Em entrevista à imprensa russa, o embaixador russo na organização, Vitaly Churkin, acusou Obama de passar por cima da autoridade da ONU ao convocar uma reunião sobre terrorismo na sede da entidade em Nova York.

“Os Estados Unidos não deveriam levar água para o seu moinho e incorporar funções da ONU, mas eles deixariam de ser quem são se não tentassem demonstrar sua liderança. É lamentável”, disse.

Para ele, o encontro foi uma falta de respeito com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. “Esta atitude demonstra que, inclusive neste prédio, Barack Obama está acima de todos.”

Na opinião dos russos, a reunião quebra o protocolo do Conselho de Segurança. A instância é responsável pela discussão de temas como conflitos armados e terrorismo. Neste mês, ele é presidido pela Rússia.

Antes do encontro de Obama, Moscou havia convocado para quarta (30) uma reunião do Conselho de Segurança sobre o tema. Desde 2011, a Rússia boicota iniciativas dos EUA para tentar derrubar o ditador sírio, Bashar al-Assad.

O novo boicote acontece horas depois que o presidente americano se reuniu com o líder russo, Vladimir Putin. Embora os dois tenham concordado com uma coalizão contra o terrorismo, os dois têm visões diferentes sobre o regime.

Na segunda, Obama disse que o fim do conflito depende da deposição do ditador, a quem chamou de “tirano”. Por outro lado, Putin considera “um enorme erro” não dar ajuda a Assad na luta contra o Estado Islâmico.

Terrorismo

Nesta terça, Obama disse ser necessário usar todas as ferramentas militares e econômicas possíveis para derrotar a milícia radical que domina grandes partes dos territórios sírios e iraquianos.

O americano, porém, reconheceu que a facção é resistente e continuará a expandir. “Este não é um conflito convencional. Esta é uma campanha de longo prazo não só contra uma rede em particular, mas contra a sua ideologia.”

Obama anunciou ainda a adesão de Nigéria, Tunísia e Malásia à coalizão internacional contra a milícia. As declarações foram feitas no mesmo dia em que os EUA aplicaram sanções contra 30 pessoas por apoio ao Estado Islâmico.

Também nesta terça, o Congresso americano divulgou relatório em que acusa o governo de não impedir que 250 pessoas aderissem ou tentassem entrar em grupos terroristas na Síria e no Iraque.

A atração destes combatentes é encarada pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, como o principal problema a ser enfrentado pelos países membros, além do combate ao terrorismo na Síria e no Iraque.

“A questão das redes sociais é central. Precisamos oferecer um contrapeso às chamadas destas entidades que prometem aventura, mas entregam horror, e prometem significado para a vida, mas provocam mais tristeza.”

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