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O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, participa de cerimônia no Vietnã, em março de 2019.
O ditador norte-coreano, Kim Jong Un, participa de cerimônia no Vietnã, em março de 2019.| Foto: EFE/EPA/JORGE SILVA

Rússia e China vetaram, nesta quinta-feira (26), no Conselho de Segurança da ONU, uma resolução proposta pelos Estados Unidos para reforçar as sanções internacionais contra a Coreia do Norte, em resposta aos seus últimos testes de mísseis.

O texto recebeu o apoio de 13 dos 15 membros do Conselho de Segurança, mas não foi adiante, já que Moscou e Pequim têm poder de veto e podem bloquear a medida.

A iniciativa dos Estados Unidos buscou reforçar as punições que pesam sobre o governo de Pyongyang, que realizou até agora, neste ano, 17 rodadas de testes de mísseis, contrariando as próprias resoluções do Conselho de Segurança que os proíbem.

Os EUA anunciaram há dois meses que tentariam endurecer as sanções e, desde então, tentaram sem sucesso convencer a China e a Rússia a fazê-lo, argumentando que as Nações Unidas precisam responder claramente às provocações norte-coreanas.

"A Coreia do Norte interpretou o silêncio deste Conselho como uma luz verde para agir com impunidade e aumentar a tensão na península", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, antes da votação.

No entanto, as delegações chinesa e russa, mais uma vez, insistiram que as sanções não são a resposta adequada e culparam os EUA pela situação atual.

Rússia e China vêm dizendo há meses que o que precisa ser feito é diminuir as sanções para reconhecer os gestos de aproximação que a Coreia do Norte fez nos últimos anos, em que chegou a negociar com o governo dos EUA quando era liderado pelo presidente Donald Trump.

A Coreia do Norte abandonou durante um tempo seus testes de armas, mas os retomou devido à falta de progresso no diálogo com os Estados Unidos. Rússia e a China culpam os EUA por este bloqueio, dizendo que não fizeram concessões e não retribuíram os gestos do regime de Kim Jong Un.

O embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, disse hoje que impor mais sanções não apenas não resolverá o problema, como complicará ainda mais a situação no país, pois punirá a população em um momento complicado pelo surto de covid-19.

O homólogo russo, Vasily Nebenzya, afirmou que a "linha dura" do governo americano "destruiu completamente o progresso positivo" registrado nos anos anteriores. "Aumentar a pressão com sanções sobre Pyongyang não é apenas inútil, como extremamente perigoso do ponto de vista humanitário", disse Nebenzya.

Embora sempre tenham mantido posições diferentes sobre a Coreia do Norte, as potências do Conselho de Segurança conseguiram durante anos concordar em responder ao programa nuclear e de mísseis de Kim e evitar vetos cruzados.

Depois de impor as primeiras sanções em 2006, após a Coreia do Norte realizar seu primeiro teste atômico, o Conselho de Segurança endureceu progressivamente as punições até 2017, quando aprovou o pacote mais recente, que incluía fortes limitações ao acesso a derivados de petróleo e vetos às exportações de diversos setores.

A resolução proposta nesta semana pelos EUA procurou acrescentar novas restrições para pressionar o governo norte-coreano e, segundo Washington, ao mesmo tempo facilitar o fornecimento de ajuda humanitária à população.

Embora o restante dos países tenha apoiado a iniciativa, vários Estados-membros tentaram até o último momento adiar a votação para evitar uma ruptura tão clara no Conselho, segundo fontes diplomáticas.

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