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Rússia e Estados Unidos voltaram a deixar evidente seus enfoques diferentes sobre a guerra na Síria neste domingo, no mesmo dia em que o mediador internacional, o argelino Lajdar Brahimi, chega ao Cairo para sua primeira missão de paz desde que assumiu o cargo.

No terreno, as forças do regime de Bashar al-Assad, apoiados por tanques, bombardearam várias frentes onde estão escondidos os rebeldes, que continuam a opor uma forte resistência apesar dos reveses, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos direitos (OSDH).

A disputa entre a Rússia, aliada de Damasco, e os Estados Unidos, que exigem a partida de Assad, é flagrante no momento em que Brahimi considerou ser indispensável o apoio da comunidade internacional para encontrar uma solução para a crise.

O mediador da ONU e da Liga Árabe, que assumiu oficialmente as suas funções em 1º de setembro, chega hoje ao Cairo, mas iniciará as negociações com o chefe da Liga Árabe, Nabil al-Arabi, apenas na segunda-feira, de acordo com uma fonte da organização.

Ele planeja visitar Damasco, segundo seu porta-voz. Brahimi substituiu Kofi Annan, que se demitiu em 2 de agosto depois de admitir o fracasso de seus esforços por causa da falta de apoio das grandes potências.

As divergências russo-americanas bloqueiam os esforços internacionais para resolver o conflito, que começou em março de 2011 com uma contestação pacífica que se militarizou face à repressão do regime.

A secretária de Estado americano, Hillary Clinton, considerou ser insuficiente uma resolução no Conselho de Segurança da ONU, como defendido por Moscou.

A Rússia quer fazer com que a organização adote um acordo concluído em junho em Genebra sobre a transição política na Síria, mas que não exige a partida de Assad.

"Não faz sentido aprovar uma resolução sem consequências, pois já vimos várias vezes que Assad continua a atacar seu próprio povo", disse ela no último dia da cúpula anual do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico em Vladivostok, no extremo-oriente russo.

"Consequências em caso de não-respeito"

Hillary afirmou que quer continuar a trabalhar com seu homólogo russo, Serguei Lavrov, em uma resolução, que só "será eficaz se incluir consequências em caso de não-respeito".

Ela acrescentou que se as diferenças persistirem com Moscou, os Estados Unidos "vão trabalhar com os Estados que partilham o mesmo ponto de vista para apoiar a oposição síria, a fim de apressar o dia em que Assad cairá".

Os aliados europeus dos Estados Unidos evocaram no sábado novas sanções contra Damasco, e o ministro belga chegou a mencionar um "dever de intervir".

Enquanto isso, os combates entre rebeldes e soldados e os bombardeios continuam em Aleppo (norte), Deraa (sul), Idleb (noroeste), Deir Ezzor (leste) e na província de Damasco, segundo ativistas.

Um ataque a bomba contra um ônibus na estrada Homs-Massyaf (centro) deixou ao menos quatro pessoas mortas, segundo a televisão estatal e o OSDH.

Outras 21 pessoas, a maioria civis, morreram em meio á violência em todo país, de acordo com um levantamento preliminar do OSDH.

Desde o início do conflito, mais de 26.000 pessoas foram mortas, segundo o OSDH. Milhares de sírios fugiram do país para se refugiar em países vizinhos, enquanto que 1,2 milhão de sírios precisam de ajuda humanitária.

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