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Acusada de alta traição

Rússia fecha acordo com EUA e liberta bailarina condenada por doar US$ 50 à Ucrânia

EUA e Rússia fecharam novo acordo para troca de prisioneiros nesta quinta-feira (10) (Foto: EFE/Alexey Nikolsky/foto cedida pelo Kremlin)

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A Rússia libertou, nesta quinta-feira (10), uma cidadã russo-americana, Ksenia Karelina, condenada a 12 anos de prisão por fazer uma doação de pouco mais de US$ 50 ao Exército da Ucrânia.

A libertação da mulher condenada por alta traição ocorreu nos Emirados Árabes Unidos em uma troca com os EUA, disse seu advogado, Mikhail Mushailov, às agências de notícias locais. "Ela foi trocada. Ela entrou em contato com seus familiares há duas horas", comentou à Interfax.

Karelina, uma bailarina de 34 anos e que foi condenada em agosto de 2024 por um tribunal na cidade de Yekaterinburg (Urais), já estaria em um avião para os EUA, segundo escreveu na rede social X Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA.

A troca ocorreu em Abu Dhabi, de acordo com informações do chefe da CIA, John Ratcliffe, ao jornal The Wall Street Journal, o que foi confirmado pelo advogado.

Além disso, em sua declaração, destacou que o presidente dos EUA, Donald Trump, garantiu a libertação de outra americana (Karelina) detida injustamente.

O jornal afirma que, em troca, Moscou recebeu o cidadão russo e alemão Artur Petrov, acusado nos EUA em um caso de contrabando e lavagem de dinheiro. Esta informação também foi confirmada pelo Serviço Federal de Segurança russo (FSB).

"Com a mediação dos Emirados Árabes Unidos, o cidadão russo Artur Petrov foi devolvido ao seu país. O homem foi detido a pedido das autoridades americanas em 2023 na República do Chipre e extraditado para os Estados Unidos em 2024, onde foi acusado de violar as leis de controle de exportação. Nos EUA, ele pode ser condenado a até 20 anos de prisão", afirmou o FSB em um comunicado.

Karelina foi presa em janeiro de 2024 e inicialmente detida por 14 dias por vandalismo por enviar US$ 51,80 para a fundação Razom for Ukraine (Juntos pela Ucrânia), criada por ucranianos residentes nos EUA, para compra de equipamentos para o Exército ucraniano.

A mulher, natural de Yekaterinburg, foi para os EUA em 2012 e recebeu a cidadania americana em 2021. Posteriormente, residiu em Los Angeles.

Segundo o FSB, antes de ser trocada, Karelina recebeu o perdão do ditador russo, Vladimir Putin.

Como parte da melhoria das relações entre Moscou e Washington, ambos os lados realizaram diversas trocas de informações nos últimos meses.

Em fevereiro, a Rússia libertou Mark Fogel, um professor condenado a 14 anos de prisão por tentar entrar na Rússia com maconha medicinal, e Washington permitiu o retorno do suposto criminoso cibernético russo Alexandr Vínnik, processado pela Justiça americana por lavagem de dinheiro.

Pouco depois, Moscou confirmou a libertação de outro cidadão americano, preso pouco antes em Moscou com meio quilo de produtos de cannabis escondidos em recipientes de geleia.

Recentemente, um tribunal na cidade de Vladivostok, no Extremo Oriente da Rússia, reduziu em sete meses a pena de prisão do sargento americano Gordon Black, condenado em junho de 2024 a três anos e nove meses de prisão por roubo e ameaças de morte contra uma mulher.

Em agosto de 2024, antes de Trump chegar ao poder, Moscou e Washington realizaram a maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria, trazendo de volta aos EUA os jornalistas Evan Gershkovich e Alsou Kurmasheva, e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, que havia sido condenado a longas penas de prisão na Rússia.

Atualmente na Rússia estão detidos outros 20 americanos ou cidadãos com dupla nacionalidade, de acordo com defensores dos direitos humanos.

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