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Moscou – A Rússia lamentou que a revolução popular na Hungria, que completou 50 anos ontem, tenha acabado esmagada pelos tanques soviéticos, mas negou herdar a responsabilidade histórica por aquela decisão do governo comunista da extinta URSS.

"Faz tempo que, no mapa político do mundo, o Estado envolvido na tragédia húngara deixou de existir. A Federação da Rússia não responde pelas ações da direção soviética", afirmou o Senado russo, em uma declaração aprovada por conta do aniversário.

O texto desse documento foi entregue ontem às autoridades húngaras pelo presidente do Senado russo, Serguei Mironov, que representa o Kremlin nos atos comemorativos realizados em Budapeste.

A declaração assinala que "a aspiração do povo húngaro de conquistar a liberdade e o direito de decidir seu futuro acabou com várias vítimas", entre milhares de húngaros mortos e centenas de soldados soviéticos. Segundo a declaração, os senadores russos prestam homenagem à memória dos mortos, expressam sua amizade e solidariedade ao povo húngaro e, embora neguem que a Rússia carregue qualquer responsabilidade histórica, admitem sentir um compromisso moral.

"Movidos pela honestidade e pela dignidade, sentimos na alma a responsabilidade moral por certas páginas de nosso passado, e esperamos que a sociedade húngara aprecie a sinceridade de nosso pesar pelo que aconteceu na Hungria em 1956", diz a declaração.

O Senado russo aproveitou a ocasião para rejeitar as críticas ao retrocesso democrático na Rússia. "As lições daqueles fatos confirmam que, apesar de o sistema totalitário excluir o direito à opção, a democracia também não pode ser moldada segundo um único padrão desenhado em certos países para impô-lo aos demais."

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