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A Rússia lançará nesta quarta-feira uma sonda para explorar Phobos, a maior das luas de Marte, retomando assim suas missões ao Planeta Vermelho, que havia deixado aos ocidentais, com a esperança de saborear o sucesso de uma expedição interplanetária após 25 anos de jejum.

A missão da sonda Phobos-Grunt, cujo lançamento está previsto para quarta-feira às 00h16 (18h16 de Brasília desta terça-feira) a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, tem por objetivo tomar amostras deste satélite de Marte, em órbita a 6 mil quilômetros do planeta, e trazê-las à Terra para determinar as características de sua superfície.

A sonda, que será lançada por um foguete Zenit-2SB, também terá por finalidade estudar a origem da maior das duas luas de Marte, assim como a atmosfera marciana.

Para isso, Phobos-Grunt levará uma aeronave para "aterrissar" dotada de uma carga útil científica que permitirá que colete amostras, e um módulo para seu retorno à Terra.

Phobos-Grunt também colocará em órbita em torno de Marte um satélite chinês Yinghuo-1.

Para a Rússia, este lançamento é de grande importância, já que se trata de sua primeira missão interplanetária depois do fracasso de Marte 96, lançado em novembro de 1996.

Após uma falha da nave Proton, a sonda caiu no oceano Pacífico, acabando com as esperanças da Rússia, que contava em reativar seu programa espacial, em declínio desde a desintegração da União Soviética.

O interesse pelo planeta vermelho cresce: na semana passada, seis voluntários terminaram uma missão que consistia em permanecer fechados durante 520 dias em uma réplica de uma nave espacial para simular uma viagem a Marte. No entanto, nenhuma expedição humana em direção a este planeta está prevista antes de vinte anos.

A última missão interplanetária bem-sucedida de Moscou data de 1986, com o lançamento das sondas soviéticas Vega para explorar Vênus e o cometa Halley.

Pelo contrário, os americanos multiplicaram as missões interplanetárias, como a Mars Global Surveyor, em 1996, ou a Phoenix Mars Lander, em 2007, e o lançamento de veículos em direção a Marte.

Já a Agência Espacial Europeia (AEE) lançou em 2003 com sucesso sua primeira sonda em direção ao Planeta Vermelho no âmbito do programa Marte Expresso.

A agência espacial russa Roskosmos sempre esteve interessada em Phobos. Em 1988 e 1989, a Rússia lançou as sondas Phobos 1 e 2 para sobrevoar o satélite, mas as missões foram um fracasso.

Previsto para 2009, o lançamento de Phobos-Grunt foi adiado até 2011. A cada dois anos, a distância entre Marte e a Terra diminui, o que facilita os lançamentos.

Segundo o Centro Nacional de Estudos Espaciais francês (CNES), associado à Roskosmos nesta missão, o veículo chegará ao destino em 2013 e as amostras estarão na Terra em 2014.

"Há 25 que não há voos interplanetários. Se Phobos-Grunt chegar a Phobos e colocar em órbita o satélite chinês, já será um sucesso. E se conseguir amostras do solo e trazê-las à Terra, isto superará todas as expectativas", declarou à AFP o especialista russo Igor Lisov.

Em julho, a Rússia já conseguiu lançar seu radiotelescópio Spektr-R, marcando sua volta à exploração das zonas afastadas do cosmos.

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