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A Rússia sinalizou que não vai permitir que os Estados Unidos usem uma estação de radar no Azerbaijão para a defesa de mísseis contra o Irã, disse o porta-voz do Ministério do Exterior iraniano, segundo informou neste domingo a agência de notícias IRNA.

O presidente russo, Vladimir Putin, que contesta a decisão dos Estados Unidos quanto à localização de um proposto sistema de mísseis norte-americano no Leste da Europa, ofereceu como alternativa o uso conjunto de um centro de radares no Azerbaijão.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Ali Hosseini, disse, porém, que a Rússia não tem intenção de permitir que Washington use a estação no Azerbaijão, que tem fronteira com o Irã e a Rússia.

"Parece que a Rússia não tem intenção de tomar decisões que possam resultar na instabilidade e insegurança na região em que ela própria está localizada", disse Hosseini na entrevista que dá semanalmente à agência de notícias.

Os Estados Unidos disseram na quinta-feira à Rússia que a oferta do Kremlin não pode substituir os planos de posicionar o escudo antimísseis no Leste da Europa, para enfrentar eventuais lançamentos de mísseis por Teerã.

O Ocidente teme que o Irã queira fazer uma bomba atômica, mas Teerã afirma que o seu trabalho atômico tem como único objetivo a geração de eletricidade.

Os Estados Unidos dizem que buscam uma solução diplomática para essa disputa, mas não descartaram uma ação militar. O Irã ameaçou atacar os interesses dos EUA em todo o mundo e Israel se for agredido.

Hosseini disse que a proposta de Putin foi discutida com os embaixadores da Rússia e do Azerbaijão em Teerã.

"Os embaixadores do Irã para a Rússia e o Azerbaijão também discutiram a questão com os representantes dos dois países", disse Hosseini.

Washington planeja usar interceptadores na Polônia e radares na República Tcheca, configuração que, segundo Washington, seria ideal para bloquear mísseis, particularmente do Irã, que se dirigissem para os Estados Unidos e a maior parte da Europa.

A Rússia vem dizendo que esse esquema dos EUA é uma ameaça para sua segurança, e que as bases norte-americanas propostas para serem instaladas tão perto de seu território podem ser convertidas para usos mais perigosos no futuro.

O projeto também preocupa o Irã, que afirma que o seu programa de mísseis não tem como objetivo ameaçar o Ocidente.

O míssil iraniano Shahab-3, com alcance de 2.000 quilômetros, tem capacidade de atingir Israel e bases dos EUA no Golfo Pérsico, dizem autoridades iranianas. O Irã se recusa a reconhecer Israel desde que a Revolução Islâmica, de 1979, depôs o governo do Xá, que era apoiado pelos EUA.

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