Sergei Lavrov garante que presença russa prolongada impedirá "repetição da agressão georgiana", relembrando a tentativa georgiana de retomar o controle da região separatista da Ossétia do Sul, no início de agosto| Foto: Denis Sinyakov / Reuters

Os militares russos anunciaram nesta terça-feira (9) a intenção de manter cerca de 7.600 soldados nas regiões separatistas da Geórgia. O chanceler Sergei Lavrov disse que a presença prolongada impedirá a "repetição da agressão georgiana" na Ossétia do Sul e Abkházia.

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Rússia e Geórgia travaram uma breve guerra em agosto, depois que Tbilisi enviou tropas para tentar recuperar o controle da Ossétia do Sul, atraindo uma esmagadora reação russa, amplamente condenada no Ocidente.

O ministro russo da Defesa, Anatoly Serdyukov, revelou os futuros números da presença militar um dia depois de o presidente Dmitry Medvedev prometer retirar dentro de um mês as tropas de territórios incontestavelmente georgianos.

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Apesar dos apelos ocidentais para que todos os soldados recuem para as posições prévias ao conflito, Medvedev não sinalizou nesta segunda-feira (8) a intenção de desocupar as duas regiões separatistas, agora reconhecidas por Moscou como países independentes.

Serdyukov disse a Medvedev que a futura presença militar foi definida em conversas com líderes regionais. "Já decidimos sobre o contingente - na casa de 3.800 homens em cada uma das regiões - e sua estrutura e localização", afirmou.

A Ossétia do Sul e a Abkházia haviam pedido a Moscou que "instale bases" nas regiões, cuja independência até agora só foi reconhecida por Rússia e Nicarágua.

Antes da tentativa georgiana de reocupação, a Rússia mantinha uma força de paz com cerca de 1.000 integrantes na Ossétia do Sul e 2.500 na Abkházia, operando sob um mandato que remontava à década passada.

União Européia e EUA alertam Moscou para sanções por causa de sua intervenção na Geórgia, mas a importância da Rússia como fornecedora energética para a Europa, além de sua relevância em outras questões globais, como o programa nuclear do Irã, limitam a possibilidade de punições.

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A Rússia diz ter sido moralmente obrigada a enviar tropas para impedir que o governo pró-ocidental da Geórgia, que pleiteia uma vaga na Otan, cometesse um genocídio.