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Desfile em comemoração à vitória na Segunda Guerra Mundial, em Moscou, em maio de 2018 | ALEXEI DRUZHININ/AFP
Desfile em comemoração à vitória na Segunda Guerra Mundial, em Moscou, em maio de 2018| Foto: ALEXEI DRUZHININ/AFP

A Rússia está se preparando para dar início aos maiores exercícios militares desde a Guerra Fria, há quase 40 anos. Chamadas de Vostok 2018, as manobras ocorrerão em setembro, em conjunto com a China e a Mongólia, e envolverão 300.000 soldados, 36.000 tanques e mais de 1.000 aeronaves. 

O ministro de Defesa da Rússia, o general do Exército Sergei Shoigu, disse que o Vostok 2018 se compara ao Zapad 81, o maior exercício militar realizado pela antiga União Soviética e que envolvia um suposto ataque à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). "De certa forma, eles se assemelham aos exercícios do Zapad-81, mas de outras formas sejam, talvez, ainda maiores”. 

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Segundo o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, “a capacidade do país de se defender na atual situação internacional, que muitas vezes é agressiva e hostil em relação ao nosso país, significa que (o exercício) se justifica”. 

Para o Otan, a medida indica a intenção da Rússia em “se preparar para conflito em larga escala”. O porta-voz da organização, Dylan White, disse que a Otan havia sido informada sobre as manobras ainda em maio e que havia sido convidada para observar o treinamento, algo que ainda está sendo considerado pela organização. 

“Vostok demonstra o foco da Rússia em exercer um conflito em grande escala. Isto se encaixa em um padrão que já vimos há algum tempo: uma Rússia mais assertiva, aumentando significativamente seu orçamento de defesa e sua presença militar”, disse White. 

O senador russo Frants Klintsevich, vice-presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação Russa, alegou que o Vostok 2018 servirá como uma resposta à política hostil dos americanos em relação à Rússia, referindo-se as sanções dos EUA que entraram em vigor nesta segunda-feira (27).

"O principal objetivo desses grandes exercícios militares, os de maior escala desde 1981, é verificar a prontidão operacional das Forças Armadas russas", afirmou Klintsevich a jornalistas. Segundo ele, "esse teste será bastante útil no contexto de uma situação muito difícil no mundo". 

Em setembro do ano passado a Rússia havia realizado exercícios militares na fronteira com Belarus, que envolveram 12.700 soldados.

Participação da China 

De acordo com a agência notícias russa Tass, a China vai enviar cerca de 3.200 soldados, mais de 900 equipamentos militares e 30 aeronaves para participar dos exercícios militares, que ocorrerão no centro e Leste da Rússia. 

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Peskov afirmou que a cooperação da China sugere uma maior interação entre os dois países “em todas as esferas”. 

O Ministério da Defesa da China alegou que "os exercícios têm como objetivo fortalecer a cooperação militar estratégica russo-chinesa no campo da resposta conjunta a várias ameaças de segurança e também manter a paz, a estabilidade e a segurança na região".

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