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Em tom de desafio, Saddam Hussein rejeitou se declarar culpado ou inocente em seu julgamento nesta segunda-feira, depois de ter sido acusado de ordenar a morte e a tortura de centenas de xiitas. Saddam disse ao juiz que ainda é o presidente do Iraque.

Insurgentes derrubaram um helicóptero dos Estados Unidos durante combate ao sul de Bagdá no domingo, matando dois soldados, disseram militares americanos nesta segunda-feira. O incidente aconteceu perto da cidade de Yusifiya, 15 quilômetros ao sul da capital, conhecida por ser um centro da insurgência árabe sunita contra o governo.

Ainda nesta segunda-feira, quatro professores morreram em um ataque de rebeldes. Insurgentes encapuzados pararam o carro em que oito professores se dirigiam para o trabalho, uma escola em Balad Ruz, a 50 quilômetros a sudeste de Baquba. Eles obrigaram quatro vítimas a sair do veículo e as executaram. No leste de Bagdá, um civil morreu e outros três ficaram feridos na explosão de uma bomba em frente a um prédio da administração local na área de Al Nahda, segundo fontes policiais.

Acusação formal

O juiz Raouf Abdel Rahman acusou formalmente Saddam de crimes contra a humanidade, pela primeira vez desde o início do julgamento, em outubro. Ele leu as acusações detalhadas contra o presidente derrubado, citando a morte dos 148 xiitas. O ex-ditador afirma que o grupo teria tentado matá-lo na aldeia de Dujail, em 1982.

Rahman disse que Saddam ordenou a morte e a tortura de centenas de moradores da aldeia, incluindo mulheres e crianças, e que enviou helicópteros e aviões para bombardear Dujail, que fica ao norte de Bagdá.

Vestindo terno escuro e camisa branca, Saddam sorriu enquanto o juiz listava as acusações, segurando um Corão com a mão esquerda.

- Esta declaração não pode me influenciar, nem afetar um fio da minha cabeça. O que importa para mim é o povo do Iraque e eu - disse Saddam. - Eu sou o presidente do Iraque de acordo com a vontade do povo iraquiano.

O juiz respondeu:

- Você foi, mas não é mais (presidente do Iraque).

Rahman disse que alguns dos homens e mulheres presos em Dujail pelas forças de segurança de Saddam foram torturados com "golpes na cabeça e choques elétricos" e que cinco morreram durante a tortura.

Ele também leu os nomes de 32 dos 148 que tinham menos de 18 anos e que por isso não poderiam ter sido executados, segundo a lei iraquiana da época e a lei internacional.

Depois, a corte chamou o meio-irmão de Saddam, Barzan al- Tikriti, ex-chefe das forças de inteligência iraquianas, que rejeitou as acusações lidas contra ele, chamando-as de mentiras.

Se for considerado culpado, Saddam, de 69 anos, pode ser condenado à pena de morte.

Saddam, Barzan e outros seis acusados que estão sendo julgados no caso de Dujail foram acusados formalmente de crimes contra a humanidade. Os réus se declararam inocentes, ou se recusaram a apelar.

Forças dos EUA fizeram diversas ações contra insurgentes em Yusifiya. Os militares dizem que os insurgentes, incluindo o líder da Al-Qaeda no Iraque, Abu Musab al-Zarqawi, usam a região como base para lançar ataques suicidas em Bagdá.

Com menos de uma semana para o final do prazo constitucional para o primeiro-ministro designado, Nuri al-Maliki, apresentar a coalizão, líderes rivais iraquianos ainda disputam a formação do governo.

No domingo, bombas mataram 30 pessoas em Bagdá e outros ataques destruíram seis templos xiitas em uma região ao sul da capital no sábado.

No sul, supostos insurgentes dispararam nesta segunda-feira entre 30 e 40 morteiros contra uma base britânica no sul do Iraque, ferindo quatro soldados, disseram militares britânicos.

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