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Os dois finalistas da eleição francesa tentaram nesta terça-feira (24) seduzir quase um quinto do eleitorado que votou na candidata de ultradireita Marine Le Pen, e manifestaram empatia com as dificuldades econômicas dos cidadãos.

O presidente Nicolas Sarkozy, conservador que ficou em segundo lugar no primeiro turno, no domingo, se apoiou em comícios e entrevistas para insistir em temas caros ao eleitorado de Le Pen - o medo da imigração, a insegurança e o declínio industrial.

"Quero conversar com as pessoas humildes, com os soldados de infantaria, com as pessoas do interior, com os pensionistas", disse Sarkozy em um ato público, dizendo que a candidata da Frente Nacional (Marine Le Pen) havia atraído um voto de crise (...) na parte da França que está sofrendo. "Vocês sentem medo. Eu escuto vocês", declarou.

Já o socialista François Hollande, apontado pelas pesquisas como favorito no segundo turno, em 6 de maio, disse em entrevista ao jornal esquerdista Libération: "Cabe a mim convencer os eleitores da Frente Nacional".

Hollande atribuiu os 18% de Marine Le Pen - maior votação já obtida pela extrema direita na França - ao "desespero de um eleitorado sofredor de funcionários de escritórios, artesãos e operários que estão realmente se sentindo abandonados". Citou também agricultores em dificuldades financeiras.

Para Hollande, esse eleitorado - egresso parcialmente da esquerda - desejava punir não só Sarkozy como também o sistema político, a Europa e a globalização.

Na estratégia para herdar os votos de Marine Le Pen, Sarkozy explora questões como o "trabalho real" em contraponto ao "assistencialismo", e propõe restringir a imigração e coibir exibições públicas da fé islâmica. Já Hollande tenta se mostrar como uma figura presidencial calma e unificadora.

Marine Le Pen esnobou ambos os rivais, dizendo que seu eleitorado havia votado nas suas ideias, e não como protesto. Ela deixou claro que seu próximo objetivo é formar uma bancada expressiva na eleição parlamentar de junho, e comandar "a verdadeira oposição".

Com base na votação de domingo, a Frente Nacional chegaria ao segundo turno em cerca de 345 distritos eleitorais, o que representa mais de metade das 577 vagas da Assembleia Nacional. Essa divisão do eleitorado da direita pode ser uma ameaça ao partido UMP, de Sarkozy.

Marine Le Pen prometeu se manifestar sobre o segundo turno num comício em 1º. de maio, mas assessores dizem que dificilmente ela irá declarar apoio a um dos candidatos.

Analistas dizem que a estratégia da Frente Nacional consiste em derrotar Sarkozy e a direita tradicional.

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