A um ano das eleições, Nicolas Sarkozy vive momento crítico: com a popularidade em queda livre e pesquisas indicando que pode ficar fora da disputa, o presidente francês tenta reverter a situação. Até agora, sem sucesso.
"Jamais um chefe de Estado conheceu tal descida ao inferno", afirma a revista Le Point, em reportagem intitulada "A Maldição", em que analisa o cenário atual.
Pesquisa do Ifop (Instituto Francês de Opinião Pública) deste mês mostra que o percentual de pessoas que desaprovam o governo chegou a 70%, o maior do seu mandato que teve início em 2007.
Para analistas, alguns fatores explicam a impopularidade. Em primeiro lugar, a situação econômica não é boa, e a principal reforma feita pelo presidente, que aumentou a idade mínima para a aposentadoria, foi altamente rejeitada pelos franceses.
"Nenhuma população gosta de um governo ou de um presidente que não consegue fazer políticas públicas favoráveis", afirma Stéphane Monclaire, cientista político e professor da Sorbonne.
Além disso, Sarkozy fez questão de centralizar as decisões e reduziu o papel do premiê. O resultado é que, quando as coisas vão mal, ele é o primeiro a ser culpado.
Nesse cenário, Sarkozy tenta ganhar popularidade enaltecendo o orgulho e a identidade francesa em duas frentes: com ações militares na Líbia e na Costa do Marfim, e levando o islã e a imigração ao centro da pauta.
Para Monclaire, Sarkozy tenta dividir a esquerda e fortalecer a Frente Nacional, para mostrar, no futuro, ser o único capaz de vencê-los.
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