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O príncipe Andrew, em imagem de 2013: Polícia Metropolitana de Londres negou pedido da organização britânica antimonarquia Republic
O príncipe Andrew, em imagem de 2013: Polícia Metropolitana de Londres negou pedido da organização britânica antimonarquia Republic| Foto: Chatham House/Divulgação/Wikimedia Commons

A Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard) descartou nesta sexta-feira (5) investigar as acusações contra o príncipe Andrew contidas em documentos judiciais divulgados nos Estados Unidos, apesar de ter recebido na véspera uma denúncia da organização britânica antimonarquia Republic.

“Estamos cientes da divulgação de documentos judiciais relacionados a Jeffrey Epstein”, disse um porta-voz da polícia, referindo-se ao financista americano conhecido de Andrew e acusado de tráfico e abuso sexual de menores de idade, que cometeu suicídio na prisão em 2019, antes de seu julgamento.

“Como em qualquer assunto, se nos forem apresentadas informações novas e relevantes, nós as avaliaremos”, disse a fonte, confirmando que, até o momento, “nenhuma investigação foi iniciada”.

Os documentos revelados na quarta e quinta-feira por um tribunal de Nova York fazem parte de um processo de difamação movido em 2015 por Virginia Giuffre, uma das principais denunciantes de Epstein, contra a amante e parceira de negócios de Epstein, a herdeira britânica Ghislaine Maxwell, atualmente cumprindo 20 anos de prisão por ajudá-lo a abusar sexualmente de crianças.

Os arquivos detalham os vínculos de Epstein, alguns já conhecidos, com figuras proeminentes, incluindo o ex-presidente dos EUA Bill Clinton e Andrew, o segundo filho da rainha Elizabeth II, com quem Giuffre fez um acordo de US$ 1 milhão em 2022 para evitar a acusação por alegações de crimes sexuais quando ela era menor de idade.

A Republic, liderada por Graham Smith, lamentou nesta sexta-feira a decisão da Scotland Yard, que, segundo a organização, já investigou alegações semelhantes contra outras celebridades no passado.

“A Polícia Metropolitana deveria abrir uma investigação. Caso contrário, como as vítimas podem ter confiança no sistema judiciário como um todo e como os cidadãos podem ter confiança no estado de direito?”, disse Smith em comunicado.

“A inação exacerbaria um problema já sério, em que as vítimas de violência de gênero não estão dispostas a denunciar crimes, e encorajaria os infratores, sabendo que a polícia não tomará medidas contra os poderosos”, acrescentou.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, se recusou a comentar “sobre assuntos policiais”. O líder trabalhista e ex-promotor público Keir Starmer disse que, quando há uma queixa, “é inevitável que ela seja analisada”.

“Temos que começar com as vítimas e analisar as alegações que foram feitas”, disse, acrescentando que “seja quem for, quando há alegações confiáveis, é claro que elas têm que ser analisadas”.

O príncipe Andrew, que nega as alegações de Giuffre de que abusou dela em três ocasiões quando ela tinha 17 anos, se aposentou da vida pública em 2020 depois que sua conexão com Epstein se tornou conhecida. Sua mãe, Elizabeth II, o destituiu de suas honras militares em janeiro de 2022.

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