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Zuluaga prega punição | Leonardo Muñoz/Reuters
Zuluaga prega punição| Foto: Leonardo Muñoz/Reuters

20 mil combatentes chegaram a integrar as Farc na década de 1990, com a intenção de derrubar o Estado. Atualmente, depois de uma ofensiva militar feroz com apoio financeiro e de inteligência dos EUA, os guerrilheiros estão mais fracos, com cerca de 8 mil combatentes.

Processo de paz

O atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, diz que as vítimas estão no centro do processo de paz com as Farc. A justiça seria feita com base nas normas jurídicas internacionais utilizadas nos acordos do pós-guerra, afirmou recentemente. As vítimas serão compensadas e ficarão cientes de quem foi o responsável pelos crimes contra elas ou seus familiares. A reconciliação, que poderia implicar em guerrilheiros admitindo o seu papel nas atrocidades, é uma prioridade, diz o governo.

  • Santos quer acordo de paz

Como a maioria dos colombianos, Susy Abitbol quer encerrar o conflito com a guerrilha que já dura 50 anos no país, o que o presidente Juan Manuel Santos se compromete a fazer se seus compatriotas o reelegerem no segundo turno da eleição do país neste domingo.

Mas Susy afirma que também quer justiça: o seu marido, um policial, foi mantido refém pelos rebeldes por 13 anos e foi executado em 2011 por seus sequestradores durante uma tentativa de resgate fracassada pelo exército colombiano. Ela teme que as negociações de paz em curso, de Santos com os rebeldes, encubram os crimes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"Eu não acho que é bom plantar sementes de ódio ou vingança, mas os danos têm de ser pagos", afirma Susy. "Tem de haver uma pena de prisão. Eles têm de sentir o que as pessoas inocentes feridas por eles sentiram."

O rival de Santos no pleito de domingo, Oscar Iván Zuluaga, um homem firme e ex-prefeito de uma pequena cidade, está explorando os ressentimentos latentes de muitos colombianos contra as Farc. Ele descarta as negociações de paz que ocorrem em Cuba, quer a prisão de comandantes rebeldes e a imposição de condições rigorosas aos líderes das Farc para fazer futuras negociações. "Por que eles estão conversando?", questionou em entrevista recente. "Eles continuam matando, extorquindo, sequestrando e atacando civis."

Com um ex-presidente popular ao seu lado, Álvaro Uribe, Zuluaga tinha uma vantagem de oito pontos sobre Santos em uma pesquisa recente feita pela Ipsos Napoleon Franco. Embora outras três pesquisas apontassem ligeira vantagem de Santos, a crítica às conversações por Zuluaga, particularmente sua afirmação de que os guerrilheiros receberiam imunidade em um acordo de paz, preocupou alguns eleitores, disseram analistas e grupos de vítimas.

"É aí que Uribe e Zuluaga marcaram mais pontos, com o mote de ‘não à impunidade’", disse Cynthia Arnson, pesquisadora que estuda negociações de paz em países latino-americanos.

Santos e outras autoridades do governo dizem que Zuluaga distorceu a natureza das conversações. Foi o governo, assinalam, que rejeitou a proposta das Farc de um cessar-fogo para manter a pressão sobre os rebeldes.

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