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SANTIAGO DO CHILE - A socialista Michelle Bachelet saiu vitoriosa do primeiro turno das eleições presidenciais do Chile e favorita ao segundo, mas sua luta para se tornar a primeira mulher presidente de seu país será dura. A socialista Bachelet, candidata da coalizão de centro-esquerda que governa o Chile desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, em 1990, enfrentará uma direita unida, concentrada agora em torno do ex-senador e bilionário Sebastián Piñera. Juntas, as candidaturas de direita receberam mais votos do que ela, o que prenuncia uma disputa difícil.

Por muito pouco, porém, Bachelet não venceu em primeiro turno - o que, até semanas atrás, parecia bastante possível. No último boletim da jornada, divulgado com 96,02% dos votos apurados, Bachelet tinha 3.044.070 votos (45,85%) e Piñera 1.691.129 (25,48%).Joaquín Lavín, da conservadora União Democrática Independente havia obtido 1.543.233 votos (23,25%), e o esquerdista Tomás Hirsch, 356.537 (5,37%). A contagem final será divulgada nesta segunda-feira.

As alianças para o segundo turno começaram a se consolidar já na noite de domingo. Joaquín Lavín anunciou seu apoio a Piñera, reunindo a direita fracionada durante a campanha. Os dois rapidamente deram suas diferenças por superadas. Diante de cerca de 500 partidários, Piñera exaltou o "amigo" com quem disse compartilhar "valores e sonhos" desde a juventude.

O ex-senador afirmou que se sente triunfante, assinalando que sua Aliança pelo Chile (coalizão de direita) "conquistou praticamente 50% da vontade e dos corações chilenos". No cômputo, ele incluiu os votos dados a Lavín. Juntos, os dois candidatos somam quase 48% dos votos.

Piñera disse que também vai tentar arrancar preferências dos eleitores e políticos de centro.

- Vamos continuar a convidar pessoas do centro e os independentes, pessoas que compartilham nossos valores humanistas cristãos - afirmou o ex-senador.

Bachelet preferiu não lamentar a perda da chance da eleição em primeiro turno.

- Não há volta. Ganharemos o segundo turno e serei a próxima presidente do Chile - disse a candidata da Concertação pela Democracia, a centenas de partidários reunidos no Centro de Santiago na noite de domingo.

Sobre o rival e seus novos aliados, Bachelet disse que "nem todo o dinheiro do candidato de direita conseguirá torcer a vontade da maioria em 15 de janeiro".

Na votação para o Congresso, a coalizão de centro-esquerda do governo conquistou maioria de vagas no Senado pela primeira vez e aumentou ligeiramente sua maioria na Câmara dos Deputados.

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