O quinto dia de negociações de paz entre o governo sírio e a oposição terminou sem avanços importantes, reconheceu hoje o mediador das conversas de Genebra 2, Lakhdar Brahimi.
"Não alcançamos nenhum avanço importante, mas continuamos aqui e isso é suficientemente bom na minha opinião", declarou à imprensa.
As conversas que deveriam acontecer na tarde de hoje foram suspensas por Brahimi para que as delegações se preparem para o encontro de amanhã.
O dia foi marcado pelo polêmico comunicado apresentado pelos representantes de Damasco que acusava os Estados Unidos de terem tomado a decisão de armar os rebeldes, chamados pelo regime de terroristas.
O vice-ministro das Relações Exteriores sírio, Faysal Moqdad, declarou aos jornalistas que "havia uma evolução importante ligada à decisão da administração americana de fornecer armas aos grupos terroristas. E lemos um comunicado que provocou discussões", acrescentou.
Segundo o comunicado, obtido pela AFP, "esta decisão é uma tentativa direta de impedir qualquer solução política na Síria".
O secretário americano de Estado, John Kerry, disse no dia 22 de janeiro em Montreux que os Estados Unidos buscavam formas de pressão contra o regime de Damasco, o que podia incluir aumento da ajuda à oposição.
A oposição informou que a sessão da tarde foi cancelada por causa de diferenças nos objetivos das negociações.
Após um primeiro fracasso que ontem bloqueou as negociações, Brahimi queria voltar a colocar sobre a mesa hoje o tema crucial da transição política definida na declaração de Genebra 1, adotada em junho de 2012 pelas grandes potências.
As delegações falaram durante o fim de semana, sem alcançar avanços, de questões humanitárias, como a situação em Homs e o problema de milhares de prisioneiros e desaparecidos no conflito.
O envio de ajuda humanitária a Homs foi o primeiro assunto a ser abordado na conferência. Também foi definida a retirada de mulheres e crianças da região, sitiada há mais de dois anos pelos confrontos entre o Exército e forças rebeldes.
Dois dias após o anúncio, no entanto, o acordo ainda não se cumpriu. A carga humanitária da ONU com alimentos e remédios para 2.500 pessoas continua esperando autorização para entrar na parte antiga da cidade.