Sem Fayyad, delegação palestina entrega carta a Netanyahu

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Uma delegação palestina entregou nesta terça-feira (17) uma carta com queixas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mas o premiê da Autoridade Palestina, Salam Fayyad, recusou-se a participar do que teria sido o encontro de mais alto escalão desde 2010.

Netanyahu recebeu a carta do principal negociador palestino, Saeb Erekat, e do chefe de inteligência, Majed Faraj, e prometeu uma resposta por escrito em duas semanas.

"Ambos os lados esperam que a troca de cartas ajude a encontrar uma forma de promover a paz", disse a declaração conjunta, emitida após uma reunião em Jerusalém.

A carta palestina, assinada pelo presidente Mahmoud Abbas, exige o fim da construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e deplora a falta de comprometimento de Israel com o processo de paz, segundo autoridades.

Havia a expectativa de que Fayyad comandaria a delegação palestina, no que seria o encontro de mais alto nível desde o rompimento formal do processo de paz, em 2010.

Mas ele ficou relutante de manter contatos com Israel num dia em que mais de mil presos palestinos iniciaram uma greve de fome em protesto pelas condições carcerárias, segundo a Reuters apurou junto a funcionários palestinos graduados.

A não-participação dele também pode sinalizar novas divisões entre os políticos palestinos, que ainda não encontraram uma estratégia que possa levar à criação de um Estado palestino.

Um funcionário palestino disse anteriormente que Netanyahu reiteraria seu apelo pela retomada de negociações sem pré-condições, e por um encontro com Abbas.

A carta serviria de base para que os palestinos retomem seus esforços para obter unilateralmente o reconhecimento internacional no âmbito da ONU, uma iniciativa abandonada em 2011 devido à forte rejeição dos EUA e Israel.

Funcionários palestinos disseram que a carta entregue foi uma versão atenuada de esboços que ameaçavam com a dissolução da Autoridade Palestina ou o rompimento dos contatos com Israel caso não haja progressos.

Governos estrangeiros viam a carta com apreensão e pediram aos palestinos para que evitassem termos ameaçadores, mas também saudaram a perspectiva de um raro encontro de alto escalão entre israelenses e palestinos.

Depois de tentarem sem sucesso obter o reconhecimento pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, por causa de um veto norte-americano, os palestinos podem levar seu caso à Assembleia Geral, que reúne todos os países, sem que nenhum tenha direito a veto.