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Após ser proclamado, Maduro disse em discurso que vai “cumprir plenamente” o legado do ex-presidente Hugo Chávez | Tomas Bravo/Reuters
Após ser proclamado, Maduro disse em discurso que vai “cumprir plenamente” o legado do ex-presidente Hugo Chávez| Foto: Tomas Bravo/Reuters

Derrotado

Capriles faz denúncias e insiste que todos os votos sejam recontados

Das agências

O candidato derrotado Henrique Capriles denunciou ontem que oficiais do exército foram presos supostamente por tentarem defender um resultado eleitoral que o favoreceria. Em entrevista coletiva concedida ontem, Capriles não forneceu detalhes nem apresentou provas que sustentassem sua acusação, mas exigiu uma recontagem total dos votos. Enquanto a cerimônia de proclamação ocorria, moradores do leste rico de Caracas, uma base antichavista, promoviam um panelaço. Segundo as agências de notícias, milhares de estudantes entraram em confronto em Caracas com a Guarda Nacional.

50,75% dos votos obteve Nicolás Maduro, que teve o aval de 7.505.338 eleitores.

48,97% dos votos recebeu Henrique Capriles, cuja votação total foi de 7.270.403.

Diplomacia

Governo brasileiro considera legítimo o resultado da eleição

Folhapress

O governo brasileiro considerou legítimo o resultado da eleição venezuelana, que apontou Nicolás Maduro como o novo presidente do país. Segundo a Presidência, Dilma Rousseff conversou com Nicolás Maduro pelo telefone e "manifestou sua satisfação com o clima de normalidade da votação". O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o Brasil apoia as declarações da missão de acompanhamento eleitoral da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que afirmou ser necessário respeitar o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano.

  • Capriles pediu recontagem de votos, mas não foi atendido

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, proclamou ontem Nicolás Maduro como presidente eleito do país e rejeitou a petição do candidato derrotado Henrique Capriles de recontagem manual dos votos da eleição do último domingo. Na ata de proclamação, Lucena leu os resultados do CNE: Maduro obteve 50,75% dos votos, contra 48,97% de Capriles.

Pesquisas anteriores à eleição indicavam que Maduro, herdeiro político do ex-presidente Hugo Chávez, venceria Capriles por 15 a 20 pontos porcentuais. Em outubro do ano passado, Capriles perdeu as eleições presidenciais frente a Chávez por 11 pontos porcentuais.

A presidente do CNE instou Capriles a buscar as instâncias legais para reclamar dos resultados das urnas, citando que a Venezuela é um Estado de Direito. "Não serão o acosso, a ameaça ou amedrontamento as vias para conseguir coisas no Poder Eleitoral", disse ela ao opositor, que convocou protestos para hoje e amanhã caso suas exigências não fossem atendidas.

Na Venezuela, o Supremo Tribunal de Justiça é alinhado ao governo – seus integrantes foram indicados pela maioria chavista da Assembleia Nacional. A cúpula do CNE, formada por cinco pessoas, também é alinhada ao governo, com exceção de Vicente Díaz, ligado à oposição. Díaz, que defendia a recontagem, não participou da proclamação de Maduro.

"Filho de Chávez"

Em seu discurso após a proclamação do resultado, Maduro prometeu cumprir plenamente o legado de Hugo Chávez. "Eu sou filho de Chávez, sou chavista, sou o primeiro presidente chavista após Hugo Chávez Frias e vou cumprir plenamente seu legado de proteger os humildes, os pobres, de proteger a pátria, de cuidar da independência, de ajudar a pátria a construir o socialismo", declarou.

O presidente eleito ainda pediu respeito à decisão da maioria apresentada na votação. "Quem pretende enfraquecer a maioria na democracia é quem está dando um golpe de Estado", afirmou Maduro. O homem que Chávez determinou como seu sucessor afirmou que "na democracia não se podem buscar emboscadas, invenções para desestabilizar a soberania popular. Tudo isso tem um só nome: golpismo".

Crise

Para analistas, a crise econômica foi a principal responsável pela perda de votos pelo chavismo. Para Luis Vicente León, diretor da consultoria Datanalisis, "a ausência de Chávez tornou visível e contundente uma crise econômica que mistura inflação, desvalorização, escassez de alimentos e falhas do sistema energético, entre outros dramas com os quais os venezuelanos convivem todos os dias".

"Maduro foi um péssimo candidato, um clone de Chávez, sem o carisma do líder bolivariano", acrescentou León, que também elogiou a "espetacular" campanha de Capriles. "Superada a comoção provocada pela ausência física do presidente Chávez, surgiu um candidato fraco, sem poder de oratória e sem capacidade de cativar muitos eleitores do chavismo", disse o analista.

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