O vice-presidente da Comissão das Relações Exteriores do Senado da Itália, Sergio Divina, defendeu o boicote turístico ao Brasil, em repúdio à decisão do governo brasileiro de conceder o status de refugiado político ao italiano Cesare Battisti, condenado por terrorismo no país.
Quando forem fazer uma viagem ao exterior, não levem em consideração o Brasil, país que nós italianos demos tanto, e tivemos como resposta esse afronto - afirmou Divina, pedindo aos italianos para "pensarem nos protestos feito por pessoas honestas".
Divina, que é senador pela Liga Norte (partido conservador que integra a coalizão governista), enfatizou que "proteger um homicida que já foi condenado, tornando-o perseguido político, não só ofende a Itália, mas toda a história do país, baseada em princípios sólidos de liberdade, filhos da luta de libertação e de 60 anos de democracia, coisa que o Brasil sonha".
Na última terça-feira, o ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro, concedeu o refúgio político a Cesare Battisti, de 54 anos, ex-ativista de extrema-esquerda e condenado em 1993 na Itália à prisão perpétua por quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 70 quando militava no Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), grupo ligado às Brigadas Vermelhas.
A decisão garante que Battisti deixe a prisão de Papuda, em Brasília, e nega, consequentemente, o pedido de extradição italiano.
Genro afirmou que sua decisão foi baseada na "existência fundada de um temor de perseguição" contra Battisti, que alega inocência.
A situação gerou certa tensão entre as duas nações e levou a Itália a emitir um pedido oficial de reconsideração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
- Cardeal Pio Laghi morre em Roma aos 86 anos
-
Um guia sobre a censura e a perseguição contra a direita no Judiciário brasileiro
-
Resumão da semana: Tio Paulo e a semana em que o Brasil enlouqueceu de vez
-
Presidentes da Câmara e do Senado brasileiros são aliados dos censores
-
Três governadores e 50 parlamentares devem marcar presença no ato pró-Bolsonaro de domingo