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A Sérvia está redigindo uma nova declaração para lembrar suas próprias vítimas nas guerras dos Bálcãs, após ter pedido desculpas pelo massacre de 1995 dos eslavos muçulmanos em Srebrenica, disse hoje a líder do Parlamento da Sérvia, Slavica Djukic Dejanovic. Segundo ela, a declaração irá condenar os crimes cometidos contra os sérvios durante os conflitos étnicos na ex-Iugoslávia, na década de 1990.

O anúncio da declaração acontece alguns dias após parlamentares sérvios aprovarem uma resolução que oferece desculpas pela matança de 8.000 eslavos muçulmanos bósnios em Srebrenica, numa tentativa da Sérvia de se distanciar das suas atrocidades do passado.

Com a nova declaração, as autoridades pró-ocidentais aparentemente tentam aplacar acusações dos nacionalistas sérvios os quais afirmam que o Parlamento esqueceu dos sérvios vitimados nas guerras balcânicas da década passada.

Ainda não está claro quando o Parlamento votará a nova declaração. Os líderes parlamentares discutiram o texto nesta quinta-feira, mas não deram maiores detalhes.

Os Estados Unidos e a União Europeia elogiaram o pedido de desculpas por Srebrenica, mas instaram o governo da Sérvia a prender o suposto mentor da matança de 1995, o comandante do então exército sérvio-bósnio, Ratko Mladic. Mas os muçulmanos eslavos, vítimas da guerra balcânica, e liberais sérvios ficaram irritados que a declaração do Parlamento sobre Srebrenica não tenha se referido à matança como genocídio, como fizeram os tribunais internacionais.

Muamer Zukorlic, líder religioso muçulmano na Sérvia, disse hoje que "uma desculpa faz sentido apenas se ela for de encontro às expectativas das vítimas". Zukorlic acrescentou que as autoridades sérvias são "reféns das políticas que levaram ao genocídio".

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