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Presidente argentino, Alberto Fernández, na apresentação do projeto que prevê nova tributação no país, em 06 de junho de 2022.
Presidente argentino, Alberto Fernández, na apresentação do projeto que prevê nova tributação no país, em 06 de junho de 2022.| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

O setor agroindustrial da Argentina anunciou nesta quarta-feira (30) que realizará no próximo dia 13 de julho uma jornada de protestos devido à escassez de diesel, mas também com queixas ao governo por conta de medidas econômicas que considera prejudiciais à atividade produtiva.

A decisão foi tomada por uma comissão que reúne os quatro maiores patronais agrícolas da Argentina. Em comunicado divulgado após a reunião, os participantes afirmaram que “é urgente o acesso ao diesel” para “evitar uma paralisia total do aparato produtivo”.

De acordo com os últimos dados divulgados pela Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Cargas, 23 dos 24 distritos em que se divide o país apresentam problemas de abastecimento de diesel, combustível amplamente utilizado em máquinas agrícolas, caminhões e ônibus de passageiros.

A escassez de diesel começou em meados de abril, quando os produtores rurais informaram que não tinham combustível suficiente para colher suas lavouras e depois transportá-las para locais de armazenamento e portos de exportação. Em seguida, a situação se agravou e se espalhou por todo o país, afetando gravemente o transporte rodoviário de todos os tipos de carga.

Protesto

Em entrevista coletiva, as patronais rurais especificaram que no dia 13 de julho haverá concentração de produtores agrícolas às margens das rodovias em vários pontos do país.

Além disso, pediram a interrupção da comercialização para esse dia, o que implica que nem grãos nem gado serão enviados aos mercados.

Embora a convocação tenha sido motivada pela falta de diesel, o setor agroindustrial também sinalizou o repúdio às recentes medidas adotadas pelo Banco Central que limitam o acesso à moeda estrangeira para pagar as importações.

Também fazem parte das demandas "recuperar a estabilidade macroeconômica e interromper o confronto político", "que haja menos intervenções prejudiciais, que os gastos públicos sejam reduzidos e que se ponha fim à crise energética".

As patronais lembraram ainda que o setor agroindustrial gera quase 4 milhões de empregos na Argentina, 70% das exportações e 8 em cada 10 dólares de divisas líquidas que entram no país.

Importação de diesel

Os meses de colheita de grãos e envio aos portos são tradicionalmente de maior demanda por diesel na Argentina, o que normalmente se reflete em alta nas importações do combustível neste período.

Porém, desta vez, o país enfrenta um cenário de falta de divisas e preços internacionais de energia excepcionalmente altos.

Nesse cenário, e em meio a uma procura crescente, o governo prometeu aumentar as importações de diesel para normalizar o abastecimento.

Na quarta-feira, o secretário de Energia da Argentina, Darío Martínez, disse que as importações de diesel durante os primeiros cinco meses do ano atingiram 1,25 milhão de metros cúbicos, "duplicando as importações do período de janeiro-maio de 2021".

"As refinarias informaram que o ritmo das importações continua crescendo no trimestre junho-agosto, acompanhando a demanda", acrescentou.

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