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As tropas do regime sírio abriram fogo contra manifestantes na cidade de Homs nesta segunda-feira (9), segundo ativistas, enquanto observadores da Liga Árabe circulavam pela área em uma de suas visitas para checar a situação no país. Não há informações se os monitores presenciaram a ostensiva do governo contra a população. Uma pessoa também teria sido morta em Hama. De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, quatro pessoas foram mortas em todo o país nesta segunda-feira.

Majd Amer, um ativista de Homs, disse que os tiros começaram após milhares de manifestantes cercarem um grupo de observadores, pedindo que eles fossem a Khaldiyeh, onde os manifestantes antirregime são bastante ativos. A escolta da missão, porém, quis levar os monitores para o bairro de Abbassiyah, onde vivem muitos apoiadores do governo Bashar al-Assad. Com o embate, tiros foram ouvidos por alguns instantes.

Na capital Damasco, milhares de pessoas pró-regime se reuniram para rezar pelos cidadãos e soldados mortos desde o início da revolta, em março. Líderes cristãos e muçulmanos participaram da cerimônia. De acordo com a estimativa da ONU feita há algumas semanas, cinco mil pessoas foram mortas pelo regime.

A Turquia pediu que a oposição síria continue sua resistência através de "meios pacíficos". "A oposição síria pede por democracia e nós falamos durante um encontro ontem (domingo, 8) que isso deve ser feito através de meios pacíficos", disse um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores turco, em referência à conversa que o ministro da pasta, Ahmet Davutoglu teve em Istambul com o Conselho Nacional Sírio, uma das principais forças de oposição do país.

Crítica

No domingo, a Liga Árabe pediu novamente para que o governo sírio pare imediatamente com a matança no país. O secretário-geral Nabil Elaraby afirmou que os observadores vão continuar no país, apesar das acusações de ativistas de que a missão serve para acobertar a repressão de Assad e atrasar ações contra o regime.

No Cairo, Adnan al-Khudeir, chefe da sala de operações para qual os observadores se reportam, disse que mais monitores chegarão à Síria nos próximos dias, podendo chegar a um total de 200 enviados. Ele adiantou que a missão vai expandir seu trabalho na Síria para alcançar a província de Deir el-Zour, no leste, e áreas predominantemente curdas no nordeste do país. Em um comunicado, a Liga pediu que a oposição síria apresente sua visão política para o futuro do país.

A Coordenação Local de Comitês rejeitou as posições da Liga Árabe e afirmou, em nota, que isso colocaria o assassino e a vítima do mesmo lado, de acordo com o site "al-Arabiya". A nota pede ainda que a Liga Árabe assuma sua responsabilidade sobre o povo sírio através de itens, que incluem: o anúncio imediato de que os observadores da Liga falharam em sua missão; encaminhar o caso sírio para o Conselho de Segurança da ONU, abrindo caminho para a imposição de uma zona de exclusão aérea e para o estabelecimento de um corredor de segurança para proteger os desertores do Exército sírio; a divulgação pela Liga Árabe das supostas provas da existência de grupos armados e terroristas entre os manifestantes; a responsabilização da Liga se a revolução síria se transformar da sua natureza pacífica para um conflito armado; a declaração de zona de desastre na Síria e uma campanha para a distribuição de ajuda de emergência no país.

Falha

Aguns grupos de oposição esperam que uma possível falha da missão árabe abra caminho para uma intervenção militar internacional, como a que ajudou o povo líbio a derrubar o ditador Muamar Kadafi após meses de insurgência. Mas o secretário-geral da Liga Árabe disse que, enquanto a oposição quer que o caso vá para o Conselho de Segurança, não há vontade internacional para desenvolver uma intervenção militar no país.

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