O governo da Síria confirmou ontem que obteve um acordo com o grupo de contato da Liga Árabe sobre um "documento final" para controlar a crise político-social que atinge o país.
A Síria e a Liga Árabe concordaram em estabelecer um Mapa do Caminho para colocar fim à violência no país, cujos detalhes serão divulgados hoje na sede da organização árabe, no Cairo.
As autoridades da Liga Árabe haviam informado mais cedo que esperavam uma resposta de Damasco sobre sua proposta.
Anteontem, uma delegação da Liga, liderada pelo Qatar, reuniu-se em Doha com o ministro sírio de Relações Exteriores, Walid Muallem, para apresentar um plano que prevê o fim "imediato" da violência, a retirada dos tanques das ruas da Síria e um diálogo com a oposição no Cairo.
Depois da reunião, o ministro das Relações Exteriores do Qatar, Hamad bin Jassim al Thani, disse aos jornalistas que se tinha conseguido um acordo que trata todos os assuntos, mas não ofereceu detalhes sobre o conteúdo. Ontem, diplomatas árabes disseram que o plano pedia à Siria a libertação imediata de prisioneiros mantidos desde fevereiro, a retirada das forças de segurança das ruas, a permissão para o monitoramento por forças da Liga Árabe e o início de diálogos com a oposição.
Thani, cujo país lidera a comissão, também disse que Assad deveria iniciar reformas sérias se a Síria quiser evitar mais violência. Ontem, o representante sírio na Liga Árabe, Yusef Ahmed, afirmou que a Síria considerava "positivamente a última proposta, elaborada no Qatar".
A ONU afirma que mais de 3 mil pessoas foram mortas durante a repressão na Síria. O regime diz que grupos armados mataram mais de 1,1 mil membros das forças de segurança.