Fumaça preta sai de refinaria na cidade de Homs: atentado "terrorista", segundo o governo do país| Foto: Sana/AFP

A situação humanitária na Síria é grave, mas o país não está em guerra civil, já que a oposição armada carece de organização, disse na quinta-feira (8) o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

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Seu presidente, Jakob Kellenberger, disse que o CICV não visitará mais as prisões sírias até que as autoridades aceitem suas condições, mas que o diálogo da agência independente com o governo de Bashar al Assad prossegue. Em janeiro, o CICV fez a primeira visita da sua história a uma penitenciária de Damasco.

Questionando numa entrevista coletiva sobre se a situação síria pode, à luz do direito internacional, ser considerada uma guerra civil, Kellenberger respondeu: "Não, não ainda. Estou em discussão com o nosso pessoal jurídico, e acho que eles sentem que (a Síria) ainda não se enquadra de acordo com os nossos critérios. Mas... a qualificação como tal não diz muito sobre o sofrimento humanitário em uma situação específica. É uma situação humanitária extremamente séria."

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O CICV avalia se situações violentas constituem uma guerra civil levando em conta o direito internacional, incluindo as Convenções de Genebra e decisões de tribunais. Os critérios incluem a duração, intensidade e organização da violência contra forças governamentais.

O governo de Assad enfrenta desde março protestos por sua renúncia, reprimidos com dureza. Nos últimos meses, milhares de soldados desertaram e passaram a atacar as forças governamentais. A ONU calcula que mais de 4.000 pessoas já tenham morrido no conflito, e que mais de 14 mil tenham sido presas.

O CICV tem entregado mantimentos e suprimentos médicos em grandes cidades da Síria, inclusive Homs, epicentro dos protestos contra Assad.

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