Homem é amparado após ser atingido pelo gás| Foto: Reuters/Bassam Khabieh

EUA pedem "investigação urgente"

O Governo dos Estados Unidos se mostrou nesta quarta-feira (21) "profundamente preocupado" pelas denúncias de um novo ataque com armas químicas na Síria e pediu à ONU uma "investigação urgente" para a qual, segundo disse, o regime de Bashar al Assad deve permitir um acesso "sem restrições".

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Garoto observa os feridos no ataque químico
Feridos são atendidos no chão da mesquita
Alguns atingidos pelo ataque foram levados para uma mesquita no bairro de Duma, arredores de Damasco
Homem cuida de duas meninas atingidas pelo ataque com gás na Síria
Vítima do ataque fica no chão a espera de atendimento
Corpos de crianças são colocados lado a lado
Número de vítimas pode aumentar nas próximas horas
Homens inspecionam as vítimas no ataque químico
Principal grupo opositor instou a ONU a se pronunciar sobre o massacre
Alguns corpos foram identificados com fita
Criança é atendida após o ataque
Oposição síria disse que ataque é crime contra a humanidade
Além de crianças, jovens, adultos e idosos morreram no massacre
Aparentemente, corpos das vítimas foram separados por idade
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Cerca de 1.300 pessoas morreram nesta quarta-feira (21) em um ataque com armas químicas em vários distritos da periferia de Damasco, segundo denúncia da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), que solicitou uma intervenção urgente da comunidade internacional contra o regime de Bashar al Assad.

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George Sabra, porta-voz da CNFROS, ressaltou durante uma entrevista coletiva realizada nesta quarta em Istambul o caráter indiscriminado dos ataques e o uso de armas químicas, extremismo negado por Damasco.

Veja mais fotos do massacre ocorrido na periferia de Damasco

Entenda o que são e como funcionam as armas químicas

"Os médicos presentes na região bombardeada de Guta acreditam que poderia ser o gás sarin, pela forma com que mulheres e crianças morreram em suas casas", declarou Badr Yamus, secretário-geral da Coalizão, após a entrevista coletiva.

"Não é a primeira vez que ocorre um crime desse tipo, e a comunidade internacional nunca faz nada. Pedimos que a comissão das Nações Unidas, que está em Damasco, a apenas 10 quilômetros do local, vá investigar, mas dizem que não podem sair do hotel sem permissão do regime", acrescentou Yamus.

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George Sabra pediu que a comunidade internacional convoque urgentemente uma conferência para decidir ações contra o regime de Bashar al Assad, baseando-se no capítulo VII da Carta das Nações Unidas.

Entre as medidas a adotar foi citada a imposição de uma zona de exclusão aérea e uma ampla intervenção humanitária para ajudar a população civil.

Além disso, exigiu, a comunidade internacional deve entregar urgentemente as armas ao Exército Livre da Síria (ELS), frente rebelde que luta contra Assad, armas que equivalham em potência e quantidade às usadas pelo regime, para poder enfrentá-lo, detalhou Sabra.

"Não pedimos essa ajuda: exigimos, porque é nosso direito e vosso dever", reforçou o porta-voz da CNFROS, após denunciar a omissão da comunidade internacional.

"Enquanto a Rússia continua vendendo armas secreta ou abertamente à Síria, o Irã lhe envia ajuda militar e o Hezbollah, suas milícias. Os países que chamam de 'livres' nos traíram", se queixou Sabra.

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"Não é só o regime que nos mata: são as Nações Unidas, com sua passividade, são os Estados Unidos, por não nos apoiar, são também os países árabes, que deveriam nos apoiar: nossos amigos nos matam", concluiu.

O comando geral do Exército sírio negou o ataque e assegurou que as acusações da oposição são "categoricamente falsas" e fruto de propaganda.

Conselho de Segurança se reunirá sobre suposto ataque químico

Reuters

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) vai realizar uma reunião de emergência às 16h (horário de Brasília) para discutir o suposto ataque químico na Síria que, se confirmado, pode representar o pior ataque com armas químicas no mundo em décadas, disseram diplomatas.

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Países ocidentais e da região da Síria pediram publicamente que investigadores da ONU, que chegaram a Damasco há três dias para analisar alegações de ataques químicos anteriores, sejam enviados ao local que pode ter sido o palco do incidente mais letal nos dois anos de guerra civil na Síria.

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