O governo da Síria disse nesta terça-feira que uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que exige que o país coopere totalmente com uma investigação sobre a morte do ex-premier libanês Rafik al-Hariri "muito negativa".
- E como ela foi unânime isso a torna mais problemática - disse fonte do Ministério das Relações Exteriores. - Ela é acusatória e adota as suposições do (investigador da ONU Detlev) Mehlis, as quais consideramos precipitadas e não objetivas o suficiente - acrescentou.
O Conselho de Segurança da ONU votou unanimemente em favor da resolução, patrocinada por EUA, Grã-Bretanha e França, que determina que a Síria colabore com a investigação da entidade sobre a morte do ex-premier ou enfrente possíveis retaliações.
Mehlis nomeou autoridades sírias como suspeitas no plano de matar Hariri e 22 outras pessoas no dia 14 de fevereiro, em Beirute.
O ministro das Relações Exteriores da Síria, Farouk al-Sharaa, disse que o relatório da ONU condenou a Síria antes de um julgamento e acrescentou se perguntar por que a entidade assumiu que as forças de Damasco são culpadas apenas porque estavam no Líbano no período do atentado que matou Hariri. A Síria ocupou o Líbano por vários anos.
A Rússia defendeu nesta terça-feira sua posição em relação à Síria na ONU, afirmando que ter poupado Damasco de uma ameaça de sanções e de associações com atividades terroristas. A ameaça explícita de sanções foi retirada do texto por insistência de Rússia, China e Argélia.
Washington busca uma solução "ganha-ganha", na qual o presidente sírio, Bashar Al Assad, permaneceria no poder, "enfraquecido, assustado e cooperando mais", disse Jon Alterman, diretor de programas do Oriente Médio no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.
O governo americano acusa Damasco de incentivar os insurgentes que alimentam o conflito no vizinho Iraque, de prejudicar o processo de paz do Oriente Médio e de financiar atos terroristas.
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