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As forças de segurança sírias mataram pelo menos 36 civis nesta sexta-feira (28), em um dos dias mais violentos há semanas e no qual a oposição convocou uma manifestação a favor de uma zona de exclusão aérea para acabar com a sangrenta repressão.

A maior parte das vítimas morreu nas regiões de Homs e Hama, os dois maiores centros de contestação, segundo militantes.

"Doze civis foram mortos em vários bairros de Hama, outros 20 na cidade de Homs e um em Qusseir", anunciou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Além disso, dois civis foram mortos e 10 outros ficaram feridos em Tsil, na província de Deraa. Um adolescente de 15 anos morreu na província de Idleb (noroeste).

"Mais de 100 pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira. Outras 500 foram presas por todo o país", afirmou à AFP o líder da OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Desde o dia 15 de março, a repressão matou mais de 3 mil, de acordo com a ONU.

Toda sexta-feira, desde o início da contestação contra o regime do presidente Bashar al-Assad, muitas manifestações são organizadas nas saídas das mesquitas, após a oração da tarde.

Só no bairro de Deir Balaa, em Homs, aproximadamente 20.000 manifestantes se reuniram exigindo a queda do regime.

Os militantes pró-democracia convocaram através do Facebook manifestações a favor de uma "zona de exclusão aérea, com o objetivo de permitir que as 'Forças Armadas livres da Síria' atuem com mais liberdade".

"As Forças Armadas livres da Síria" é uma força de oposição armada, que foi anunciada em julho pelo coronel Riad al-Asaad, desertor que se refugiou na Turquia. Os combates entre soldados do exército oficial e desertores se multiplicaram nas últimas semanas.

O OSDH informou que as Forças Armadas e de segurança realizaram perseguições em Kafruma, na província de Idleb, e prenderam 13 pessoas, entre elas uma mulher e seu filho de 12 anos.

Na mesma região, o "funeral de um soldado desertor se transformou em uma enorme manifestação em Maaret al-Nomaane", segundo a mesma fonte.

O embaixador da França na ONU, Gérard Araud, declarou ontem que os 15 países membros do Conselho de Segurança devem se reunir mais uma vez para decidir novas ações contra a Síria.

No início de outubro, os vetos da China e da Rússia impediram a aprovação de uma resolução que ameaçava Damasco.

Contudo, na quinta-feira (27), o emissário especial chinês para o Oriente Médio, Wu Sike, exigiu "o fim de todos os atos de violência e derramamento de sangue e a realização de reformas por meio do diálogo e vias pacíficas".

A Lituânia anunciou nesta sexta-feira que interditou o sobrevôo de seu território por aviões sírios, temendo o transporte de material militar.

A Espanha convocou o embaixador da Síria para denunciar a perseguição e a intimidação dos opositores sírios que vivem no país e que se dizem vítimas de ações da embaixada.

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