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Mais de 70 mortos e 100 mil afetados, estradas internacionais interrompidas, aldeias isoladas e milhares de famílias que perderam as casas ou as plantações. Este é o cenário provocado por uma temporada de chuvas que castiga a América Central há quase uma semana.

Os dois países mais afetados são Guatemala, com 28 mortos e dois desaparecidos, e El Salvador, com 27 mortos, a maioria por soterramento. Em Honduras, as informações oficiais dão conta de 12 mortos e na Nicarágua, de 7.

Na Guatemala, onde os afetados somavam 100 mil neste domingo (16), segundo números fornecidos pelo presidente Álvaro Colom, foi declarado estado de calamidade.

Reportes oficiais davam conta de perdas progressivas nas plantações de milho e feijão, a maioria explorada por camponeses em minúsculas parcelas de terra para subsistência, em um país onde 15% da população, o equivalente a dois milhões de pessoas, sofrem de desnutrição.

O Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia da Guatemala (Insivumeh) previu este domingo que as chuvas prosseguirão por mais 24 horas devido a um sistema de baixa pressão posicionado na costa de Belize, no Caribe.

Em Honduras, os moradores de vários setores da capital, Tegucigalpa, especialmente os situados às margens de rios, passaram uma noite de pânico por causa das chuvas ininterruptas, que transformaram as corpos hídricos que cortam o vale onde fica a cidade em torrentes furiosas. Na Nicarágua, a Defesa Civil determinou a evacuação de famílias de camponeses que moram no sopé do vulcão Casita, onde em 1998 ocorreram deslizamentos fatais na passagem do furacão Mitch pelo país.

A primeira-dama e porta-voz do governo, Rosario Murillo, informou que as fortes chuvas deixaram 7 mortos e mais de 8.000 afetados em 12 dos 17 departamentos (estados) do país, que se mantém em alerta amarelo.

Considerada pelas Nações Unidas uma das regiões mais afetadas pelas mudanças climáticas, a América Central tem sofrido com desastres naturais nos últimos 40 anos que deixaram mais de 50 mil mortos e dezenas de bilhões de dólares em perdas, segundo estudo de universidades europeias e latino-americanas.

Um trabalho da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), intitulado "A Economia das Mudanças Climáticas" aponta que as perdas econômicas causadas na América Central pelo aquecimento global rondarão 10% do PIB regional até 2050.

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