Curitiba – Com queimaduras de segundo grau em 14% da pele, o paranaense Wagner Roberto Andolfato de Sousa — um dos 58 passageiros que sobreviveram à queda de um avião no leste do Peru, na terça-feira passada – chegou às 11 horas de ontem a Curitiba e inicia hoje a segunda fase do tratamento no Hospital Evangélico. Para receber anestesia e trocar os curativos no fim de semana, ele deveria ter mantido jejum. No entanto, resolveu se alimentar durante as 12 horas de viagem e dedicar o dia à família. Após o reencontro emocionado com os pais, ainda no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, ele passou o dia cercado de parentes, no hospital. "Estou bem. Falarei com vocês assim que puder", disse à imprensa ainda dentro da ambulância que o levou ao Evangélico. Nivaldo Pateti, o outro sobrevivente brasileiro da tragédia, continua em tratamento no Peru.

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Sousa, de 25 anos, passou por observação e seu estado de saúde foi considerado bom. Ele deve voltar para casa em dez dias. O médico João Cantor Vieira explicou que ele só ficará internado enquanto precisar de ajuda profissional.

Ainda não há previsão sobre quando o sobrevivente da queda de avião que matou pelo menos 36 pessoas (outras quatro estão desaparecidas) no Peru voltará a trabalhar. Ele terá de evitar exposição ao sol durante pelo menos seis meses. Os médicos ainda não sabem se ele ficará com cicatrizes ou se precisará de cirurgias plásticas. Segundo Vieira, tudo depende das reações de seu organismo. "Uma queimadura pode passar do segundo para o terceiro grau dias depois do ferimento", explica.

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Até ontem, não estava definido se a equipe do Evangélico vai continuar ou mudar o tratamento iniciado no Peru. O médico peruano Valter Navarro, que acompanhou Sousa, afirma que, se os procedimentos iniciais tiverem continuidade, a recuperação deve levar 15 dias.

Navarro conta que, Sousa passou por uma série de cirurgias. Os médicos aplicaram dez pedaços de 10 centímetros quadrados de pele de porco tratada sobre os ferimentos das mãos e braços, usados para proteger o rosto na hora em que uma explosão espalhou fogo pelo avião. As queimaduras do rosto e do tórax vêm sendo tratadas com cremes.