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Marinha americana observa de perto navio seqüestrado | Jason R. Zalasky/Reuters
Marinha americana observa de perto navio seqüestrado| Foto: Jason R. Zalasky/Reuters

Mogadíscio - Autoridades da Somália deram à Marinha russa o sinal verde para o uso da força contra piratas que mantêm seqüestrado um navio ucraniano com 33 tanques de guerra a bordo. A Rússia enviou um navio de guerra, mas ele ainda não chegou à Somália, onde homens armados pedindo resgate de 20 milhões de dólares tomaram o navio MV Faina na semana passada.

Navios da Marinha dos Estados Unidos estão observando a embarcação, que foi seqüestrada perto de uma das mais movimentadas rotas de transporte marítimo do mundo. "O governo somali deu a permissão para que a Marinha russa adentre em águas somalis e use a força", disse Andrew Mwangura, uma autoridade do Programa do Leste da África para o Auxílio a Navegantes, baseado em Mombasa. "Em nome das famílias dos marinheiros, estamos pedindo para que não usem a força, pois isso colocará os homens em perigo", acrescentou.

O seqüestro chamou atenção da comunidade internacional para a crescente presença de piratas em uma das áreas de navegação mais movimentadas do mundo. A observação de embarcações norte-americanas também levantou questões sobre o destino da carga do navio seqüestrado.

O Quênia diz que os tanques T- 72, os lançadores de granada e a munição presentes na embarcação seriam entregues a suas Forças Armadas. Os EUA, no entanto, acreditam que a carga seria enviada ao sul do Sudão por meio da cidade portuária de Mombasa. Valendo-se da situação caótica verificada na Somália, onde militantes islâmicos iniciaram uma insurgência quase dois anos atrás, os piratas somalis capturaram mais de 30 navios neste ano e atacaram outros tantos.

A maior parte das investidas ocorreu no golfo de Áden, entre o Iêmen e o norte da Somália, uma importante rota marítima usada por 20 mil embarcações por ano que saem ou chegam ao canal de Suez.

Os piratas rebateram ontem as notícias sobre a morte de três deles na terça-feira, em um tiroteio entre rivais que se desentenderam a respeito do que fazer com a embarcação. Segundo Mwangura, o navio seqüestrado é de propriedade de uma empresa com sede no Panamá dirigida por ucranianos. Há 20 tripulantes a bordo. Um russo que estava doente acabou morrendo. A maior parte da tripulação é de ucranianos. Além deles, há no navio dois russos e um letão. Mwangura acrescentou que os seqüestradores estão em contato com os empresários por telefone, mas as negociações "devem demorar porque a empresa ucraniana não deseja pagar tudo isso (pela liberação do navio)."

Uma autoridade da Somália disse que o governo estava pronto para trabalhar com qualquer país para combater os grupos armados. "Nós já permitimos que o mundo nos ajude contra os piratas e a Rússia é parte do mundo, mas com a condição de que coordenem as operações conosco", disse Mohamed Jama Ali, secretário permanente no Ministério das Relações Exteriores. Grupos internacionais de transporte marítimo pediram no mês passado que potências navais façam mais para conter a pirataria na região.

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