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Estátua ao lado de marcas de estilhaços na Igreja de São Sebastião, em Negombo, em 22 de abril de 2019, um dia após o prédio ter sido atingido como parte de uma série de explosões de bombas contra igrejas e hotéis de luxo no Sri Lanka. (Foto de ISHARA S. KODIKARA / AFP)
Estátua ao lado de marcas de estilhaços na Igreja de São Sebastião, em Negombo, em 22 de abril de 2019, um dia após o prédio ter sido atingido como parte de uma série de explosões de bombas contra igrejas e hotéis de luxo no Sri Lanka. (Foto de ISHARA S. KODIKARA / AFP)| Foto: AFP

O governo do Sri Lanka apontou o grupo jihadista NTJ (National Thowheeth Jama'ath, ou Organização Nacional Monoteísta, em tradução livre) como responsável pelos ataques a igrejas e hotéis do país que deixaram 290 mortos e 500 feridos no domingo (21) de Páscoa.

O governo decretou estado de emergência a partir da 0h de terça-feira (23, 15h30 de segunda em Brasília). A medida aumenta os poderes das forças de segurança, que poderão interrogar e prender suspeitos sem ordem judicial.

Até agora, foram detidas 24 pessoas por suspeita de relação com os ataques. Rajitha Senaratne, ministra da Saúde, disse que os atentados tiveram participação estrangeira. "Os documentos de inteligência reportam que organizações terroristas estrangeiras estão por trás dos terroristas locais", disse ela, em entrevista coletiva. O Sri Lanka pediu ajuda de outros países para investigar os ataques.

Apontado como autor dos ataques, o NTJ era conhecido no Sri Lanka por vandalizar estátuas budistas. Em 2016, seu secretário, Abdul Razik, foi preso por incitar racismo.

Especialistas ouvidos pela agência Reuters consideram que é provável o envolvimento de grupos como Al Qaeda ou Estado Islâmico, pela complexidade e coordenação entre os ataques.

Nenhum grupo reivindicou a autoria das ações.

Investigadores disseram que sete homens-bomba participaram dos ataques. Dois deles se explodiram no hotel de luxo Shangri-La, em Colombo. Os outros miraram três igrejas e outros dois hotéis.

A maioria das explosões do domingo ocorreu durante missas de Páscoa ou em salões de hotéis, onde os hóspedes tomavam café da manhã.

Colombo decretou ainda um dia de luto nacional para terça-feira. O Sri Lanka não registrava um cenário de tamanha violência desde o fim da guerra civil, há dez anos.

Uma nova explosão ocorreu nesta segunda em uma van que estava perto de uma igreja. A bomba detonou enquanto agentes tentavam desarmá-la, segundo a agência Reuters. Não há informações sobre feridos.

Também nesta segunda, a polícia encontrou 87 detonadores de bombas em um terminal de ônibus de Colombo.

Dez dias antes dos ataques, um policial avisou as autoridades de segurança sobre uma possível ameaça do grupo NTJ às igrejas do país. O documento com a denúncia foi visto por agências de notícias. O comando da segurança do país disse que não chegou a receber o alerta.

O país tem um longo histórico de tensão entre a maioria budista e as minorias hindu, muçulmana e cristã.

Segundo o último censo, de 2012, 75% da população do país é budista, 12,6 % é hindu, 9,7% é muçulmanas e 7,6% é cristã (sendo a maioria católica).

Após o ataque, o governo decretou um toque de recolher e bloqueou acesso a redes sociais e a aplicativos de mensagens, como Facebook e WhatsApp, com a intenção de evitar o surgimento de boatos.

O papa Francisco voltou a condenar o ataque no Sri Lanka. "Peço a todos que não hesitem em oferecer toda a ajuda necessária a essa querida nação. Espero que todos condenem esses atos terroristas e inumanos, jamais justificáveis", disse ao público reunido na praça de São Pedro durante as celebrações da segunda-feira de Páscoa, feriado na Itália e no Vaticano.

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