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Aluguéis em torno da Times Square estão entre os mais altos da cidade, e multidões e personagens de desenhos animados são onipresentes | Sam Hodgson para The New York Times
Aluguéis em torno da Times Square estão entre os mais altos da cidade, e multidões e personagens de desenhos animados são onipresentes| Foto: Sam Hodgson para The New York Times

A encruzilhada do mundo nunca foi tão popular. E isso está se tornando um problema.

Mais gente do que nunca vem lotando a Times Square — vinda do outro lado do mundo, do país e do resto da cidade de Nova York.

Lojas internacionais disputam espaço, pagando aluguéis quase tão caros quanto os da Quinta Avenida. Outdoors digitais coloridos e brilhantes que eram do tamanho de uma quadra de basquete hoje estão com proporções de campo de futebol. O público dos shows da Broadway chegou a 13 milhões no ano passado pela primeira vez.

Com tudo isso, por que tanta gente se preocupa com o futuro da Times Square?

O motivo que faz lojas e anúncios cobiçarem uma localização por lá é o mesmo que os outros agora acham insuportável: as multidões.

Alguns trabalhadores de escritório e clientes corporativos se queixam de ter que passar por enormes e às vezes inflexíveis grupos de turistas em vários pontos cobiçados — incluindo um painel digital que envolve o Hotel Marriott Marquis — só para entrar e sair de edifícios de escritórios. Um almoço de 30 minutos é quase impossível, porque os restaurantes estão superlotados.

Howard S. Fiddle da agência imobiliária CBRE disse: "É um ponto turístico que faz tanto sucesso que as pessoas dizem que está cheio demais para os nova-iorquinos fazerem negócios."

Empresas estão lidando com o problema em pequena e grande escala.

Um arranha-céu no número 1540 da Broadway, por exemplo, dispõe de uma cafeteria no oitavo andar e uma academia para que funcionários de diversas empresas, tais como a Viacom e a Pillsbury, não tenham que sair.

Na verdade, um teste sobre a conveniência da área como um distrito de escritórios está em andamento no número 4 da Times Square, a torre de 48 andares erguida em 1999.

A Condé Nast, editora da revista Vanity Fair, The New Yorker, GQ e outras, ocupava metade do edifício desde que foi inaugurado. A empresa se mudou do centro da cidade em novembro e um outro locatário, o escritório de advocacia Skadden, Arps, Slate, Meagher & Flom, assinou um acordo provisório para se mudar para uma nova torre de escritórios em outra parte de Manhattan.

Membros da Times Square Alliance, uma organização empresarial, estão acompanhando de perto o ritmo do aluguel para ver em que velocidade a torre de 168.000 m2 será reocupada.

"A multidão na Times Square é um grande problema neste momento. Não são apenas as pessoas fantasiadas, mas todos os tipos diferentes que agitam por lá", disse Tim Tompkins, presidente da Alliance. Os problemas da Times Square são diferentes do que eram na década de 70 e 80, quando a área estava repleta de lojas de pornografia, casas de massagens, prostitutas, cafetões e traficantes de drogas. Moradores de Nova Jersey que chegam ao Port Authority Bus Terminal, a oeste da Times Square, rotineiramente evitavam a 42nd Street, assim como muitos lojistas e escritórios corporativos.

Mas um esforço para rejuvenescer a área, feito por autoridades do estado e da cidade, começou a dar resultados na década de 90. Os desenvolvedores construíram arranha-céus e atraíram inquilinos com incentivos fiscais especiais. Havia novos hotéis e edifícios residenciais. Lojas voltaram à Times Square.

Desde 1996, o número de turistas que visitam a área todo ano dobrou para algo em torno de 40 milhões. Os turistas atraíram um número crescente de pessoas vestidas como Elmo, Homem Aranha e outras personagens de desenhos animados.

A leva mais recente começou em 2009, depois que a cidade fechou um trecho da Broadway entre as ruas 42 e 47, criando uma série de praças públicas e quase duplicando a quantidade de espaço para pedestres. Como resultado, o número de pessoas na Times Square saltou de cerca de 350 mil antes de 2009 para até 480 mil por dia.

Aluguéis anuais para uma loja de rua quadruplicaram desde 2008, de acordo com a Cushman & Wakefield, corretor de imóveis comerciais.

Os outdoors digitais pendurados em quase todos os edifícios também estão crescendo, e um executivo estimou que eles gerem mais de US$ 100 milhões por ano em receita publicitária. A nova placa no Marriott, com oito andares de altura, rende mais de US$ 2,5 milhões por mês.

Mesmo assim, o preço médio do aluguel de escritórios ainda está bem abaixo de onde estava antes de 2007.

Uma pesquisa realizada pela Times Square Alliance em maio descobriu que um em cada quatro proprietários de edifícios, funcionários de escritório e gerentes de propriedade na Times Square estava "insatisfeito" com a superlotação, a construção das praças e as pessoas fantasiadas.

"Nossa preocupação é que a frequência é tão desagradável que podemos em algum momento atingir um ponto de inflexão, quando as empresas não vão mais querer um espaço na Times Square. Ainda não chegamos lá, mas os dados nos dizem que isso pode acontecer logo", disse Ellen Goldstein, da Alliance.

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