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O governo do Sudão apresentou hoje uma série de condições para aceitar a realização de um referendo crucial sobre a independência do sul do país, entre as quais estão a demarcação das futuras fronteiras e o deslocamento das forças militares do sul sudanês, o que poderá aumentar ainda mais as tensões no dividido país africano.

O chefe de gabinete do governo de Cartum, Hajj Majid Suwar, disse à agência estatal de notícias que, além de uma possível demarcação das futuras fronteiras, as unidades militares sulistas precisam se deslocar para o sul da fronteira de 1956.

O norte e o sul do Sudão lutaram uma brutal guerra civil de 21 anos, uma das mais sangrentas da segunda metade do século passado e do começo deste século, com pelo menos 2 milhões de mortos. A guerra acabou com um acordo de paz em 2005, o qual estipulou que em 9 de janeiro de 2011 ocorrerá um referendo no sul do país, onde a população decidirá se deseja a independência do norte do país, de língua árabe e religião islâmica.

"Eles apenas buscam um pretexto para começar a guerra", disse o general Kuol Deim Kuol, porta-voz do Exército do sul sudanês, a respeito do comunicado e chamando Suwar de "mercador da guerra". Kuol afirma que as forças militares do sul não se moveram desde 2006 e nenhuma está no norte sudanês, ao contrário do que afirma o governo central de Cartum.

Analistas políticos têm alertado que ambas as partes estão mobilizando suas forças em preparação a uma possível retomada das hostilidades por causa da consulta popular. As novas condições de Cartum, as quais incluem um chamado para o sul não reprimir as pessoas que fazem campanha pela unidade do país, poderá ser interpretada pelos sulistas como uma tática usada pelo norte, que reluta em perder a parte do país rica em petróleo.

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