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As pesquisas de intenção de voto na Suécia mostram que um pequeno partido contrário à imigração, o Democratas Suecos, deverá participar do Parlamento pela primeira vez, se obtiver os votos necessários no próximo domingo. Os suecos elegerão um novo Parlamento de 349 cadeiras e a disputa está mais apertada entre a coalizão governista de centro-direita, do primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt, e a aliança Verde-Vermelha, da oposição de centro-esquerda.

Se a coalizão de Reinfeldt ou a aliança Verde-Vermelha não conseguirem os votos necessários para formar um novo governo, poderão precisar do apoio dos Democratas Suecos, que as pesquisas indicam estar em terceiro lugar. Uma pesquisa divulgada na última quarta-feira pelo Instituto Synovate, feita junto a 1.585 eleitores locais, mostrou que a coalizão do premiê Reinfeldt tem 49,8% das intenções de voto, 9 pontos porcentuais acima da aliança de centro-esquerda.

Os Democratas Suecos apareciam na sondagem em terceiro lugar, com 7,5% das intenções de voto. A pesquisa foi feita entre 2 e 13 de setembro e tem margem de erro de 2,8 pontos porcentuais. O partido investe em um discurso nacionalista e contrário à imigração. Cerca de 14% da população, de 9,4 milhões, da Suécia é imigrante, vinda em ondas migratórias da Polônia, Finlândia, dos países da ex-Iugoslávia e do Iraque.

"Para nós, a prioridade é absolutamente clara: restaurar o sistema de bem-estar social da Suécia", disse Jimmie Akesson, líder dos Democratas Suecos. Akesson advoga um corte na entrada de novos imigrantes no país e afirma que o Islã é a maior ameaça à sociedade sueca desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Discurso

O discurso dos Democratas Suecos, contudo, não é bem recebido pela maioria da população. Ontem, centenas de manifestantes contrários ao partido tentaram impedir Akesson de discursar, em Estocolmo, tocando vuvuzelas, as cornetas barulhentas utilizadas no Mundial de Futebol da África do Sul. Vários outros comícios dos Democratas Suecos foram suspensos porque a polícia teme episódios de violência entre eles e seus críticos.

Em outro comício da coalizão governista ontem, o ministro de Finanças, Anders Borg, implorou aos eleitores que não votem nos Democratas Suecos. "Pelo bem da Suécia, não façam isso", disse. Cerca de 12 mil imigrantes ao redor do país pararam de trabalhar ontem por cinco minutos e se reuniram nas ruas, em protesto contra o partido conservador.

O protesto de imigrantes foi organizado no site Facebook. O organizador, Damon Rasti, disse que trabalhadores imigrantes de todos os setores da economia, de motoristas de ônibus a médicos, participaram do protesto. "Atualmente, os imigrantes são retratados sob uma luz muito negativa e nós sempre escutamos histórias sobre os problemas da imigração", disse Rasti. "Ninguém fala sobre as vantagens da imigração", acrescentou. Segundo ele, o protesto teve como objetivo mostrar o quanto os imigrantes são necessários para o funcionamento da sociedade sueca.

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