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Cristina Kirchner, enquanto era presidente da Argentina, em outubro de 2015. Foto: Presidência da Argentina via Reuters
Cristina Kirchner, enquanto era presidente da Argentina, em outubro de 2015. Foto: Presidência da Argentina via Reuters| Foto:

A Suprema Corte da Argentina rechaçou nesta quinta-feira (8) um pedido de apelação da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015) em um caso de suposto encobrimento dos autores do atentado terrorista a um centro judaico na capital do país, em 1994. Agora, Cristina terá de aguardar o julgamento para tentar provar sua inocência, mas não irá para a prisão agora, graças a seu foro privilegiado como senadora.

Os magistrados negaram hoje um recurso extraordinário apresentado pela defesa da ex-líder para anular o processo contra ela que tramita em instâncias judiciais inferiores por abuso de autoridade e encobrimento agravado. Em 2013, a Argentina fechou um acordo de colaboração com o Irã para o esclarecimento do ataque terrorista contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), que deixou 85 vítimas e mais de 300 feridos. A Justiça argentina concluiu que o Irã planejou o ataque e que ele foi executado pelo grupo terrorista islâmico Hezbollah. Teerã sempre negou envolvimento no episódio.

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O acordo entre a Argentina e o Irã nunca entrou em vigor, mas Cristina foi processada pela iniciativa e acabou por receber um pedido de prisão preventiva pelo juiz Claudio Bonadío no fim de 2017. Atualmente senadora oposicionista, ela não foi presa porque tem foro privilegiado e argumenta que o pacto era o único modo de se retomar as investigações do caso.

Posteriormente, um tribunal federal e a Câmara de Cassação, o máximo tribunal penal do país, confirmaram a resolução do magistrado. Cristina, que afirma ser inocente, apresentou recurso na Suprema Corte, rechaçado hoje porque "não se dirige contra uma sentença definitiva ou comparável como tal", segundo a decisão dos cinco magistrados.

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Agora, Cristina terá de enfrentar um julgamento, em data ainda não confirmada. Ela seguirá em liberdade, a menos que o Senado vote para retirar seu foro, o que necessitaria o aval de dois terços dos integrantes da Casa, algo pouco provável. Ela é ainda cotada para ser candidata nas eleições presidenciais de 27 de outubro no país. Fonte: Associated Press.


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