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Pepe Mujica passa a faixa presidencial a seu amigo Tabaré Vázquez. | Andres Stapff/Reuters
Pepe Mujica passa a faixa presidencial a seu amigo Tabaré Vázquez.| Foto: Andres Stapff/Reuters

Em uma cerimônia com menos chefes de Estado do que o esperado, Tabaré Vázquez tomou posse neste domingo (1.º) da presidência do Uruguai, substituindo José Pepe Mujica.

O esperado duelo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do vice dos EUA, Joe Biden, não ocorreu. Maduro cancelou a ida ao Uruguai na véspera e Biden informou na sexta (27) que não poderia ir devido a um resfriado.

Após a cerimônia, Mujica foi embora em seu famoso fusca azul.Stringer/Uruguay

Mujica deixou a cerimônia a bordo de seu fusca azul celeste

  • Montevidéu

O agora ex-presidente, Pepe Mujica, foi muito aplaudido quando apareceu, ao lado da mulher Lúcia Topolansky. Ele passou a faixa a Tabaré com um forte abraço e tapinhas nas costas.

De óculos escuros, ele deixou a praça Independência a bordo do famoso fusca azul celeste, dirigido por um motorista, com a esposa no banco de trás. Os bastidores dos últimos momentos de Mujica no poder foram acompanhados pelo cineasta Emir Kusturica, que prepara um documentário sobre Pepe.

A chegada de Tabaré não foi menos simbólica. Ele percorreu o trajeto entre o Congresso e a praça Independência na carroceria de uma caminhonete Ford de 1951, seu primeiro carro, comprado quando se tornou médico.

Uma multidão acompanhou a cerimônia que se estendia pela avenida 18 de julho. Estava separada por grades e ficou a cerca de 50 metros do palco das autoridades.

O casal Juan Pablo Gallarza e Monserat Rodriguez, que moram em um edifício na praça Independência, dizem que o povo ficou mais perto na posse de Mujica.

“Tabaré é completamente diferente de Mujica, aí já se pode ver”, afirmou Juan Pablo.

Evo Morales, presidente muito ligado a Mujica, esteve no Uruguai na quinta (26) e não retornou para a posse de Tabaré. Cristina Kirchner, da Argentina, mandou o vice, Amado Boudou. Ficou para Dilma Rousseff, Michele Bachelet (Chile), Rafael Correa (Equador) e Raúl Castro (Cuba) o papel de convidados famosos de Tabaré.

Em seu primeiro discurso ao Parlamento, Vázquez apelou à necessidade de uma unidade nacional que ultrapasse as diferenças partidárias.

Ele fez um pedido aos uruguaios para “analisarem e discutirem juntos e com respeito os distintos caminhos para alcançar uma educação pública melhor”, ”, além de destacar o esforço para aperfeiçoar a saúde e a habitação.

O presidente assume um governo com altos índices de aceitação popular, uma economia em crescimento, salários em alta e um nível de desemprego historicamente baixo. Por outro lado, o déficit fiscal do país tem preocupado alguns analistas, além dos problemas com o sistema educativo e a segurança pública.

Para Dilma, relação bilateral avançará

A presidente Dilma Roussef disse neste domingo (1.º) acreditar que o retorno de Tabaré Vázquez à presidência uruguaia dá a “segurança de poder avançar ainda mais na consolidação da integração entre os dois países, em prol do desenvolvimento e do bem-estar” de suas sociedades e da região.

Em uma coluna publicada hoje pelo jornal uruguaio El País, a presidente mostrou sua “plena convicção” de que com Vázquez os países manterão “o mesmo nível de excelência” em suas relações.

Dilma, que teve na manhã de ontem um breve encontro com Vázquez logo depois dos atos protocolares de posse no Palácio Legislativo de Montevidéu, chegou na sexta-feira (27) à noite ao país vizinho para participar da posse.

Dilma iniciou ontem uma extensa agenda no país, ao inaugurar um parque eólico no departamento de Colônia junto do agora ex-presidente José Mujica.

“Don Pepe é ao mesmo tempo exemplo de vida e fonte de inspiração, e deixou uma marca na história uruguaia e regional, tanto por sua trajetória pessoal, de luta permanente pela justiça social, como pelo que realizou em benefício do povo uruguaio”, disse a presidente no artigo.

Dilma destacou a evolução do comércio entre os dois países e a atuação coordenada de ambos, “essencial” para a construção e consolidação do Mercosul, da União de Nações Sul-americanas (Unasul) e da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

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