Aso derrotou quatro concorrentes ao obter 351 dos 525 votos no Partido Liberal Democrático (PLD)| Foto: Toru Hanai / Reuters

O partido governista do Japão elegeu como seu novo presidente Taro Aso, um político veterano mais inclinado a implementar medidas fiscais para estimular a economia do que em manter a disciplina orçamentária. A eleição de Aso garante sua escolha como primeiro-ministro na votação parlamentar da próxima quarta-feira (24). Mas, com as eleições gerais ocorrendo provavelmente no início de novembro, não está claro quanto tempo ele conseguirá se manter no poder.

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Aso obteve 351 dos 525 votos no Partido Liberal Democrático (PLD) e derrotou quatro concorrentes, incluindo o ministro da Economia, Kaoru Yosano. A eleição sucedeu a surpreendente renúncia do ex-presidente do partido e ex-primeiro-ministro Yasuo Fukuda. Com 68 anos, Aso é neto do ex-primeiro ministro Shigeru Yoshida, a quem se atribui o estabelecimento das bases para a recuperação e o crescimento econômico do Japão no pós-guerra. "eu estou comprometido em vencer as eleições e tomar novas medidas para alcançar a recuperação econômica e as reformas", disse Aso.

Durante a campanha para a presidência do PLD, Aso se distanciou da posição reformista e antiestatizante do ex-primeiro ministro Junichiro Koizumi, que ajudou a reanimar a economia do país após o estouro da bolha imobiliária do início da década de 1990. Ao invés disso, o novo líder do PLD argumentou que é melhor usar flexivelmente a política fiscal para recolocar a economia japonesa no caminho da recuperação. Três anos de medidas fiscais apropriadas, como isenções de impostos, são necessárias para isso, afirmou.

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Porém, a reação do mercado à eleição de Aso e à escolha de seu novo gabinete provavelmente será minimizada pela expectativa de que ele dissolva a Câmara Baixa e convoque eleições antecipadas para o início de novembro, dizem analistas.

Na sua primeira coletiva após a votação, Aso disse que o debate sobre um possível aumento no imposto sobre o consumo - atualmente em 5% só será retomado após a recuperação econômica do Japão, algo que ele estima levará três anos.

"A economia está em contração. As pessoas estão preocupadas com suas vidas após a aposentadoria. Eu acredito que minha principal missão será reduzir essas preocupações", disse Aso.

A oposição japonesa, cansada dos mais de 50 anos de governo do PLD, quer antecipar as eleições. "Se ele (Aso) quer ser primeiro-ministro, ele deveria esperar até os eleitores decidirem quem deve governar o país nas eleições gerais", disse o líder do Partido Democrático do Japão, Naoto Kan. O PLD governa o Japão desde 1955.

Se eleito primeiro-ministro, Aso, que viveu no Brasil no final da década de 1960, será o primeiro católico romano a governar o Japão. Aso viveu em São Paulo, onde dirigiu uma indústria de cimentos. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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