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| Foto: SPENCER PLATT/AFP

Três noites, três tiroteios, sete mortes.

Depois de múltiplos franco-atiradores abrirem fogo contra policiais em Dallas na quinta-feira (7) à noite, matando cinco policiais fardados e ferindo seis outros, depois de três dias de revolta em razão de tiroteios envolvendo a polícia e nem um mês depois do trágico massacre em Orlando, uma nação cheia de tristeza ficou se perguntando: o que vem a seguir?

“Maléfico, calculado” e um “ataque vil” é como o presidente Obama descreveu a emboscada.

A semana nos EUA começou no 4 de julho, um dia encharcado em listras e estrelas para uma nação em celebração de seus princípios fundadores e fundamentais: liberdade, independência e justiça para todos. Depois de uma série de ataques terroristas ao redor do mundo, as autoridades permaneciam vigilantes. Mas o dia passou sem uma tragédia nacional.

Então veio terça-feira, quando nem mesmo uma hora depois do Dia da Independência ter dado lugar a 5 de julho, câmeras de celulares capturaram imagens de um policial branco do município de Baton Rouge alvejando mortalmente um homem negro chamado Alton Sterling do lado de fora de uma loja de conveniências, onde ele estava vendendo CDs. No dia seguinte, em rede nacional, seu filho de 15 anos chorou incontrolavelmente.

Menos de 48 horas depois, na segunda morte controversa por arma de fogo na semana, um policial do estado de Minnesota atirou contra um cozinheiro de escola múltiplas vezes durante uma parada para fiscalização de trânsito depois que o homem, também negro e chamado Philando Castile, informou que estava carregando uma arma escondida enquanto alcançava sua carteira. Sua namorada, sentada no banco do passageiro conforme ele sangrava ao seu lado, transmitiu o que se seguiu ao vivo em rede social. No fim do vídeo, conforme a mulher em lágrimas senta com sua filha de quatro anos no assento traseiro de uma viatura policial, a menininha tenta consolá-la. “Está tudo bem, mamãe,” ela disse. “Está tudo bem. Estou aqui com você.”

Protestos do movimento Black Lives Matter irromperam, sua mensagem e seu tom não diferentes daqueles que se seguiram à morte de outros negros pelas mãos da polícia desde 2012.

Na quinta-feira à noite, uma dessas demonstrações tomou as ruas do centro de Dallas, uma passeata de 800 pessoas monitorada por uma multidão de policiais. Participantes da marcha entoavam “sem justiça, sem paz” e “mãos para cima, não atire”.

Então, tiros ecoaram.

E, assim como os tiroteios que tinham motivado o protesto, partes dessa atrocidade foi capturada em vídeo. Tomadas mostram policiais se protegendo atrás de viaturas, luzes vermelhas e azuis girando. O som de tiros rápidos misturado a gritos e sirenes. Em cada uma, uma frase é continuamente repetida: “ó, meu deus.”

O mais arrepiante foi um clipe do que parece ser um atirador, armado com algum tipo de rifle semiautomático, manobrando agilmente por entre pilastras de um edifício em uma calçada de Dallas antes de encurralar um policial e o alvejar.

E, em um mundo tão definido pela maneira como a tragédia se desdobra online, novas hashtags definindo esta semana emergiram:

#AltonSterling

#PhilandoCastile

#Dallas

#PrayForAmerica

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