O Japão estimou que o custo dos danos do terremoto e do tsunami devastadores deste mês pode chegar a 300 bilhões de dólares. As autoridades de Tóquio alertaram que os bebês não devem ingerir água de torneira por causa da radiação vazada de uma usina nuclear.

CARREGANDO :)

A primeira estimativa oficial desde a tragédia de 11 de março cobre os danos a estradas, casas, fábricas e infraestrutura, e ofusca as perdas do tremor ocorrido em Kobe em 1995 e do furacão Katrina, que devastou Nova Orleans, nos Estados Unidos, em 2005, o que faz deste o desastre natural mais caro do mundo.

No momento em que aumenta a preocupação com o risco de alimentos contaminados pela radiação da usina de Fukushima, a cerca de 250 quilômetros da capital japonesa, os EUA se tornaram o primeiro país a proibir algumas importações de alimentos da zona do desastre.

Publicidade

A usina, atingida por um terremoto de magnitude 9,0 e por um tsunami que deixaram 23 mil mortos ou desaparecidos, ainda não foi controlada, e os trabalhadores foram forçados a abandonar o complexo quando uma fumaça negra começou a emergir de um dos seis reatores.

Autoridades de Tóquio disseram nesta quarta-feira que a água em uma usina de purificação para a capital de 13 milhões de pessoas continha 210 becquerels de iodo radioativo - mais do que o dobro do nível seguro para crianças.

O governador de Tóquio, Shintaro Ishihara, afirmou entretanto que esse nível não representa risco imediato e que a água pode ser usada. "Mas, para crianças com menos de um ano, gostaria que evitassem usar água de torneira para diluir alimento para bebês", acrescentou.

A agência norte-americana FDA (Administração de Alimento e de Drogas na sigla em inglês) anunciou a suspensão da importação de leite, vegetais e frutas de quatro regiões na vizinhança do complexo nuclear afetado.

A Coreia do Sul pode ser a próxima a proibir alimentos japoneses após o pior crise nuclear desde Chernobyl em 1986. Nesta semana a França solicitou à Comissão Europeia que procure harmonizar os controles sobre a radioatividade de produtos importados do Japão.

Publicidade

Os alimentos representaram somente 0,6 por cento do total de exportações japonesas no ano passado.

Autoridades declararam que níveis de radiação acima do que é seguro foram detectados em 11 tipos de vegetais da área, além do leite e da água.

O secretário-chefe de gabinete Yukio Edano, a face pública do governo japonês durante o desastre, disse que a zona de exclusão ao redor da usina não precisa ser expandida, e pediu aos moradores de Tóquio para não estocar água engarrafada.

Mais cedo ele havia dito não haver maior perigo para humanos e pediu que o mundo não reagisse com exagero: "Vamos explicar os fatos aos países e esperamos que tomem medidas lógicas baseadas neles".

Veja também
  • Radiação em água de Tóquio é prejudicial a crianças
Publicidade