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Lobsang Sangay, um pesquisador que estudou em Harvard, foi eleito primeiro-ministro do governo do Tibete no exílio, segundo resultados divulgados nesta terça. Ele é o primeiro a ser eleito pela comunidade tibetana no exílio desde o anúncio do mês passado do dalai-lama de que se aposentaria da vida política.

Com a saída de cena do dalai-lama, as responsabilidades políticas ficarão em grande medida na mão do primeiro-ministro, dando a Sangay um papel sem precedentes na política dos exilados tibetanos. Estima-se que haja no total 150 mil tibetanos no exílio. Apontado como favorito, Sangay venceu com 55% dos votos. Os outros candidatos, Tenzin Namgyal Tethong e Tashi Wangdi, tiveram 37% e 8% dos votos, respectivamente.

Cerca de 50 mil tibetanos no exílio, ou 59% dos que poderiam votar, depositaram seus votos na última rodada das eleições, ocorrida em 20 de março. Nascido em 1968, na montanhosa cidade indiana de Darjeeling, Sangay era o mais jovem na disputa e atraiu os votos de muitos jovens tibetanos exilados. Ele é pesquisador sênior em Direito por Harvard, onde estudou o governo tibetano no exílio e Direito Internacional. Vivendo nos EUA há 16 anos, Sangay deve se mudar para Dharamsala, no norte da Índia, onde fica a sede do governo tibetano no exílio, antes de assumir oficialmente em agosto.

Sangay disse que sua prioridade será "acabar com o sofrimento dos tibetanos dentro do Tibete" e "buscar um caminho pacífico para lidar com a questão do Tibete". O novo primeiro-ministro, que durante seu tempo em Harvard teve relações com pesquisadores chineses, disse que espera promover maior intercâmbio com a academia chinesa. Além disso, garantiu também estar disposto a dialogar com Pequim, caso o governo chinês queira.

A retirada do dalai-lama do cenário político exigiu mudanças na Constituição dos tibetanos no exílio, respaldadas pelo Parlamento e que devem estar finalizadas até o mês que vem. O dalai-lama manterá o papel de líder espiritual dos budistas tibetanos.

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