Membros da unidade da polícia francesa faz buscas para encontrar o atirador que abriu fogo perto de um mercado de Natal na noite anterior, em Estrasburgo, leste da França| Foto: FREDERICK FLORIN/AFP

A procuradoria de Paris informou que se trata de um ato terrorista o tiroteio que ocorreu em um dos maiores mercados de Natal da França, em Estrasburgo, nesta terça-feira (11). No ataque, duas pessoas morreram, uma está em estado vegetativo e 13 ficaram feridas, dos quais oito estão em estado crítico.

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A polícia ainda está buscando o suspeito, que foi identificado pela imprensa local como Cherif Chekkat, 29 anos – apesar de as autoridades só se referirem a ele pelo seu primeiro nome.  

Mais cedo, um alto funcionário do Ministério do Interior, Laurent Nunez, disse que a polícia foi à casa do suspeito na manhã do ataque para prendê-lo em conexão com uma tentativa de assassinato, mas ele não estava lá. 

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Segundo Nunez, o suspeito era conhecido pelos serviços de segurança e se radicalizou durante um dos seus muitos períodos na prisão. Ele foi solto pela última vez da prisão francesa em 2015, mas as autoridades alemãs dizem que ele foi preso por roubo do outro lado da fronteira antes de ser deportado de volta para a França em 2017. 

Na noite de terça-feira, o agressor atirou com armas de fogo contra pessoas que estavam no mercado de Natal de Estrasburgo, um dos maiores da França. Quando as forças de segurança chegaram à cena, houve troca de tiros, que feriu um policial e o suspeito. Na fuga, Cherif roubou um táxi.

Nunez disse que é possível que ele tenha fugido do país. 

Cerca de 350 membros das forças de segurança estão trabalhando na operação em Estrasburgo, uma cidade na fronteira alemã que também é uma das casas do Parlamento Europeu, que estava em sessão no momento do tiroteio. Quatro pessoas com conexões com o suspeito foram detidas para interrogatório, segundo Heitz. 

O bloqueio ao redor da cidade já foi suspenso e as escolas foram abertas na quarta-feira, mas o país continua em alerta máximo, com controles de fronteira apertados e segurança extra em outros mercados de Natal na França. 

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Tradição que virou alvo do terrorismo

A Europa tem uma tradição centenária de mercados de Natal nas semanas que antecedem o feriado, onde as pessoas costumam beber vinho quente, ouvir cantores e comprar presentes em uma tentativa de animar as longas noites no continente. Nos últimos anos, os mercados se tornaram alvos do terrorismo, tanto porque atraem multidões quanto porque têm laços com a religião. 

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Estrasburgo, em particular, tem sido um alvo de grande visibilidade. Em 2000, agentes ligados à al-Qaeda planejavam atacar a Catedral de Estrasburgo e o mercado natalino na véspera de Ano Novo, um plano interceptado pelas autoridades alemãs e francesas. Catorze pessoas foram posteriormente condenadas por participarem da conspiração terrorista nos tribunais francês e alemão. 

Em 2016, 12 pessoas morreram em um mercado de Berlim quando um caminhão atropelou uma multidão. Naquele ano, várias prisões foram feitas em novembro, em Estrasburgo, e as autoridades da cidade ameaçaram cancelar o mercado caso recebessem sérias ameaças. 

Embora a França esteja em alerta máximo desde os ataques terroristas de novembro de 2015, antes de terça-feira não houve ataques significativos em 2018. As manchetes foram dominadas por protestos políticos, alguns deles violentos, já que ativistas de coletes amarelos tomaram as ruas para contestar as políticas econômicas do presidente Emmanuel Macron

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Nunez disse que todos os protestos serão proibidos por enquanto em Estrasburgo, mas podem ser realizados em outras partes do país.