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LONDRES - Também o governo do primeiro-ministro britânico Tony Blair manipulou informações para justificar sua guerra ao terror. A conclusão é de um relatório elaborado pelo Centro para Estudos de Política, um órgão apartidário de exame das grandes questôes britânicas.

Segundo o estudo, que foi divulgado na quarta-feira, dois eventos usados pelo governo para promover a guerra são falsos.

Em 2003, o governo e a polícia de Londres divulgaram que o rícino encontrado num apartamento em Wood Green poderia estar ligado ao terror.

Nas Nações Unidas, o então secretário de Estado, Colin Powell, disse ao Conselho de Segurança que o rícino era uma ligação direta com um campo químico da Al-Qaeda no Iraque. A afirmação foi endossada por Tony Blair.

Segundo o relatório divulgado na quarta-feira, porém, nenhum rícino foi encontrado.

Também o plano de explosão do campo de futebol de Old Trafford, desbaratado pela polícia, sequer existiu, diz Peter Oborne, o jornalista autor do relatório.

"A experiência dos últimos anos indica que o que o primeiro-ministro, seus ministros ou a polícia diz sobre terror deve ser tratado com grande ceticismo. Isto é danoso: somente um governo que possui a confiança do povo britânico está em posição de nos pedir que entreguemos nossas liberdades civis", clama o texto de divulgação no relatório, o qual foi antecipado na edição de quarta-feira do "Independent".

O texto se chama "Uso e abuso" do terror. Ele vem à luz no dia anterior à votação da nova lei antiterrorismo da Grã-Bretanha.

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