O torturador e carcereiro-chefe do Khmer Vermelho expressou nesta quarta-feira um "remorso excruciante" pela morte de mais de 14.000 pessoas sob sua supervisão em um presídio no Camboja nos anos 1970.

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Na última semana de depoimentos do primeiro julgamento de um alto integrante do Khmer Vermelho por um tribunal apoiado pela ONU, Kaing Guek Eav, mais conhecido como Duch, disse ser o único responsável pelas mortes, mas que serviu a um grupo de estilo mafioso.

"Eu descobri que acabei participando de uma organização criminosa que destruiu suas próprias pessoas de maneira abusiva. Não poderia sair dele (do grupo)", disse o ex-professor de matemática de 67 anos.

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"Eu era como um parafuso no motor de um carro que não podia ser removido".

Duch é acusado de crimes contra a humanidade, escravização, tortura, abuso sexual e outros atos desumanos como comandante da prisão S-21 durante um dos capítulos mais sombrios do século 20, quando o Khmer Rouge assumiu o poder no Camboja, entre 1975 e 1979, sob a liderança de Pol Pot.

Duch disse estar convencido de que lutava para libertar o Camboja do imperialismo norte-americano durante a Guerra do Vietnã.

Ele negou ter realizado pessoalmente assassinatos ou ter torturado prisioneiros e disse por várias vezes ter seguido ordens.

O tribunal busca justiça para 1,7 milhão de pessoas, quase um quarto da população do Camboja, que morreram executadas, de fome ou torturadas durante a revolução do Khmer Vermelho.

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"Estou profundamente arrependido e profundamente afetado por essa destruição", disse Duch. "Sou o único responsável pela perda de pelo menos 12.380 vidas".

Pesquisadores dizem que mais de 14 mil pessoas foram mortas depois de passarem pela S-21, também conhecida como Tuol Sleng. Apenas sete sobreviveram.