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O ex-ministro trabalhista Michael D. Higgins parecia ter garantida a Presidência da Irlanda esta sexta-feira (28), depois que seu principal adversário, o independente Sean Gallagher, reconheceu a derrota e o cumprimentou pela vitória.

"Na última hora, liguei para Michael D. Higgins para cumprimentá-lo por seu sucesso nestas eleições", anunciou o empresário de 49 anos, conhecido sobretudo por participar de um reality show para jovens empresários, em um comunicado publicado às 14 horas de Brasília, no qual assegurou seu apoio pleno ao presidente.

Com os votos de 38 das 43 seções eleitorais contabilizados, Higgins, de 70 anos, aparecia nas preferências de 40,8% dos eleitores contra 27,3% de Gallagher, à frente do polêmico candidato do Sinn Fein, Martin McGuinness (13,3%), com uma taxa de participação de cerca de 56%.

O resultado final das eleições só deverá ser conhecido no sábado, devido à complexidade do sistema do voto único transferível, em vigor na Irlanda.

A rádio-televisão pública irlandesa RTÉ e o Partido Trabalhista já tinham anunciado no meio do dia que Higgins, favorito das casas de apostas, se encaminhava para uma vitória segura.

"Pouco depois de abertas as urnas, viu-se claramente que Michael D. Higgins estava muito à frente e que não havia dúvidas sobre o desenlace", noticiou a RTÉ, quatro horas depois do início dos escrutínios.

Na mesma hora, o vice-premier irlandês, Eamon Gilmore, publicou um comunicado para "cumprimentar Michael D. por esta conquista".

"Estou realmente feliz por ele", acrescentou o texto.

Higgins, ex-ministro de Cultura, ex-deputado e poeta, defendeu ao longo de sua carreira a justiça, a paz e outros temas humanitários em várias partes do mundo, inclusive em países latino-americanos como Chile, Nicarágua, El Salvador e Colômbia, onde no ano passado fraturou um joelho durante missão com uma organização humanitária.

Higgins era só o segundo candidato mais bem colocado nas pesquisas. Na última consulta, publicada na segunda-feira passada, ele tinha apenas 25% das intenções de voto contra 40% para o independente Gallagher.

Polêmica

Mas o favorito das pesquisas se envolveu nos últimos dias em uma polêmica com McGuinness. O vice-primeiro-ministro norte-irlandês e ex-líder do hoje inativo Exército Republicano Irlandês (IRA), o acusou de ter recebido 5.000 euros (7.000 dólares) de um empresário condenado por contrabando para financiar o partido de oposição Fianna Fáil, do qual Gallagher afirma ter sido "membro esporádico". O candidato negou a denúncia categoricamente.

O Fianna Fáil foi tirado do poder nas eleições gerais de fevereiro passado, que conduziram a um governo de coalizão entre o Fine Gael, do premier Enda Kenny, e os trabalhistas de Gilmore.

Quando tiver sua vitória confirmada, Higgins sucederá Mary McAleese, que termina seu segundo mandato de sete anos, em um cargo disputado no total por sete candidatos, entre eles o primeiro homossexual declarado e uma ex-vencedora do popular concurso europeu da canção Eurovision.

Embora se trate de um cargo essencialmente representativo, o nono presidente irlandês assumirá o posto em um contexto difícil, quase um anos depois de o país ter que aceitar um plano de resgate de 85 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de medidas drásticas de ajuste.

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