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Londres – O tráfico internacional de mulheres movimenta 32 bilhões de dólares por ano e escraviza 1 milhão de mulheres, com o Brasil funcionando como grande fornecedor de capital humano para alimentar uma crescente demanda, localizada principalmente em países da Europa como Espanha, Holanda, Itália, Suíça, Alemanha e França.

Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) lista as principais razões que favorecem a atuação de aliciadores no Brasil: o baixo custo operacional, a existência de uma boa rede de comunicações, o fácil acesso a bancos e casas de câmbio e a portos e aeroportos, a facilidade de ingresso em vários países sem necessidade de visto consular, a tradição hospitaleira da população em relação aos turistas e a miscigenação racial, fator que encanta os clientes europeus da prostituição.

O Ministério da Justiça brasileiro aponta Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás como os estados onde a situação é mais grave. Por outro lado, entre 1990 e 2004 apenas 72 inquéritos policiais foram instaurados para apurar denúncias de aliciamento de mulheres para o exterior. Na maioria das vezes, a mulher é abordada por "olheiros" que atuam dentro da própria comunidade, e são convencidas por falsas propostas de trabalho e até de casamento no exterior para fugir de uma realidade que muitas vezes inclui a miséria e a violência doméstica.

Escravas

Não há estatísticas oficiais sobre o número de brasileiras escravizadas no exterior. Em Portugal, no entanto, as autoridades estimam em 4 mil o número de brasileiras envolvidas nas redes de prostituição.

O escritório das Nações Unidas (ONU) para Drogas e Crimes (UNODC) lançou ontem a Iniciativa Global da Luta contra o Tráfico Humano. Durante a solenidade, ativistas disseram que governos de todo o mundo precisam adotar leis mais rígidas contra o tráfico humano, e os consumidores devem deixar de comprar marcas que exploram trabalhadores.

Passados 200 anos do fim do tráfico de escravos no Atlântico, milhões de adultos e crianças continuam sendo vendidos para trabalhar na prostituição, na agricultura ou na mineração, em condições degradantes, em troca de pouca ou nenhuma remuneração, segundo Antonio Costa, diretor-executivo do UNODC.

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