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Um tribunal do Texas (Estados Unidos), declarou nesta sexta-feira (8) que o ex-agente da Agência Central de Inteligência (CIA), o cubano-venezuelano Luis Posada Carriles, é inocente de 11 acusações, incluídas perjúrio, obstrução da justiça e fraude contra a imigração americana.

Após um julgamento de 13 semanas, os jurados deliberaram apenas três horas antes de chegar à decisão. Posada Carriles está com 83 anos. O acusado saltou de alegria quando o veredicto foi lido e abraçou seus três advogados, um dos quais chorou no tribunal.

Posada Carriles nasceu em Cuba e, com apoio do governo americano tentou durante décadas desestabilizar governos de esquerda na América Latina. Ele é considerado inimigo número um pelo regime cubano e um arquirrival declarado do ex-presidente Fidel Castro.

Cuba acusa Posada Carriles de ter explodido um DC-8 da Cubana de Aviación em 1976, que viajava de Barbados para Cuba. A explosão matou 73 pessoas. Investigações feitas pelos governos de Cuba, Venezuela e dos EUA apontaram para suspeitos em Caracas, os quais trabalhavam em um escritório de Posada Carriles, que nessa época vivia na capital venezuelana.

Ele também é acusado de ser o mentor de uma onda de ataques a bomba contra hotéis em Havana em 1997, na qual foi morto um turista italiano, Fabio di Celmo, e outras 12 pessoas foram feridas.

Carriles era julgado nos EUA porque teria mentido à imigração quando entrou clandestinamente no país em 2005, em El Paso. A promotoria também abordou sua suposta participação nos atentados de 1997. Em uma entrevista dada em 1998 ao New York Times, Carriles admitiu que maquinou os ataques, mas depois negou o conteúdo da reportagem.

A defesa, que chamou apenas oito testemunhas, sustentou que Posada Carriles era uma herói que merecia viver como aposentado em Miami, por seu serviço prestado aos EUA durante as décadas da Guerra Fria. Carriles ficou detido de 2005 a 2007 em centros de imigração no Texas, mas foi libertado há quatro anos.

Posada Carriles participou da fracassada invasão da Baía dos Porcos em 1961, quando 1.500 exilados cubanos, armados pela CIA, tentaram derrubar o governo de Fidel Castro. A invasão foi rechaçada pelos cubanos em 72 horas, em uma batalha que deixou quase 300 mortos. Depois, foi agente da CIA até 1976, quando se mudou para Caracas e trabalhou como chefe de inteligência da Venezuela.

Na década de 1980, Posada Carriles ajudou os EUA nas guerras contra insurgentes e governos de esquerda na Nicarágua e em El Salvador, e no ano 2000 foi detido no Panamá em meio a uma conspiração para matar Fidel Castro em uma reunião de cúpula que ocorreu na capital panamenha. Em 2004, foi perdoado pela presidente do Panamá e em 2005 fugiu para os EUA. As informações são da Associated Press.

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