O Mecanismo para os Tribunais Penais Internacionais (MTPI) confirmou nesta terça-feira (8) a condenação à prisão perpétua para o ex-líder militar sérvio da Bósnia Ratko Mladic pelo genocídio de Srebrenica, no qual morreram cerca de 8 mil muçulmanos, e por outros crimes de guerra e contra a humanidade.
O veredicto foi ratificado após uma apelação da defesa, que pediu a absolvição de Mladic, uma redução da pena ou a repetição do julgamento.
Conhecido como "açougueiro dos Bálcãs", Mladic esteve presente no tribunal, fez gestos de negação no início da audiência e abaixou a cabeça quando teve de se levantar para ouvir a sentença em segunda instância, que é definitiva.
Segundo a defesa, a condenação se baseia em diversos acontecimentos durante a guerra da Bósnia, como bombardeios e incidentes com franco-atiradores, que não deveriam ser vinculados ao papel de Mladic como chefe militar.
No entanto, o veredicto conclui que os advogados de Mladic "não puderam provar nenhum erro na avaliação" do julgamento que o condenou em primeira instância, em novembro de 2017, disse a juíza de apelações Prisca Matimba Nyambe, que fez a leitura pública da sentença em segunda instância.
Os juízes rejeitaram também um pedido da procuradoria para acrescentar uma segunda condenação de genocídio por uma campanha militar em cinco municípios da Bósnia, entre 1992 e 1995, para expulsar os não sérvios.
Nos arredores do tribunal, minutos antes da leitura da sentença, houve um breve momento de tensão pela presença de um homem que tentou exibir cartazes a favor de Mladic e discutiu com um representante das vítimas.
Mladic está preso desde 2011 na unidade de detenção da ONU em Haia; o local onde ele cumprirá a pena ainda não foi divulgado.
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