Um tribunal de apelação do Iraque confirmou a sentença de morte de Saddam Hussein por crimes contra a humanidade, informou o consultor de segurança nacional Mowaffaq al-Rubaie na terça-feira.

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De acordo com as regras do tribunal, a execução deve acontecer em, no máximo, 30 dias após a decisão final sobre a apelação.

Ele fora condenado, no mês passado, à pena de morte pelo massacre de 148 xiitas na cidade de Dujail.

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Dujail é um vilarejo rural xiita a cerca de 60km ao norte de Bagdá, onde, em 1982, jovens tentaram matar Saddam quando passava, num comboio, pela cidade.

Promotores disseram que Saddam procurou se vingar, dando ordens para que 148 moradores fossem caçados, torturados e mortos. Alegações dão conta de que mulheres e crianças foram removidas do vilarejo, presas e enviadas para campos de internação, onde muitas desapareceram. As terras de Dujail, às margens do Tigre, eram férteis. Foram salgadas e viraram depósito de lixo.

No tribunal, Saddam reconheceu que deu a ordem para abertura de processos que levaram á execução de dezenas de xiitas na década de 80, mas afirmou que agiu dentro da lei, como presidente do Iraque. Ele disse que o juiz do caso tinha o direito de condenar.

- É direito do estado confiscar ou compensar. Então onde está o crime? - disse ele.

Muitas das testemunhas do processo contra Saddam - cujas audiências foram transmitidas pela televisão - compareceram ao tribunal temendo por suas vidas. Deram depoimento atrás de uma cortina e tiveram suas vozes modificadas por computador.

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Em audiência em dezembro de 2005, Ahmed Hassan, de 38 anos, contou com ele e sua família foram capturados e torturados num prédio em Bagdá pertencente ao aparato de inteligência do governo de Saddam.

- Juro por Deus... Entrei numa sala e vi um moedor de carne com sangue e cabelos humanos - disse ele.

Numa outra audiência, uma mulher identificada como Testemunha A chorou ao descrever como os guardas de uma prisão a forçaram a se despir, lhe aplicaram choques elétricos e lhe surraram.