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O presidente americano Donald Trump e a chanceler alemã Angela Merkel posam para foto com outros líderes de países da Otan em Londres, 4 de dezembro de 2019
O presidente americano Donald Trump e a chanceler alemã Angela Merkel posam para foto com outros líderes de países da Otan em Londres, 4 de dezembro de 2019| Foto: PETER NICHOLLS / fontes diversas / AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou na segunda-feira (16) o plano de retirar milhares de militares americanos da Alemanha até o final deste ano. Trump disse que a Alemanha, um dos principais aliados dos EUA, é "delinquente" ao não cumprir com a meta de orçamento de defesa da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Cerca de 9.500 militares posicionados em caráter permanente na Alemanha devem voltar para os EUA ou ser transferidos para outras bases até setembro. Com isso, o total de tropas americanas no país europeu seria reduzido para 25 mil.

"Então estamos protegendo a Alemanha e eles são delinquentes. Isso não faz sentido. Então, eu disse, vamos reduzir o número para 25 mil soldados", disse Trump a jornalistas na segunda-feira. Ele acrescentou que manter os soldados no país europeu gera "um custo tremendo".

O presidente americano disse ainda que os militares americanos geram lucros à Alemanha, porque são bem pagos e gastam "grandes somas de dinheiro" no país. Ele disse que 52 mil soldados americanos estão posicionados na Alemanha, o que difere dos números divulgados pelo Pentágono, que diz que entre 34 mil e 35 mil militares estão no país. Com a rotação das unidades, esse número pode chegar temporariamente a 50 mil.

Trump ainda acusou a Alemanha de "tratar mal" os EUA nas suas relações comerciais.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que nenhum plano ou cronograma para a retirada foram estabelecidos até o momento. "Não ficou decidido como e quando essa decisão será implementada", disse Stoltenberg, que espera que uma forma de "diálogo contínuo" para a questão seja debatida em um encontro dos ministros de Defesa dos países aliados nesta semana.

O plano havia sido divulgado pela imprensa americana no começo deste mês, gerando críticas de membros do governo alemão e também de vários republicanos, aliados de Trump, que escreveram uma carta pedindo que o presidente reconsiderasse a decisão, temendo que a redução da presença militar poderia encorajar "agressão e oportunismo" da Rússia.

A decisão reflete a insatisfação de Trump com a contribuição dos aliados para os esforços de defesa. A meta para aliados da Otan é investir no mínimo 2% do produto interno bruto em defesa, soma que não foi alcançada por vários países da aliança de defesa mútua. Trump já criticou diversas vezes a falha dos países em cumprir esse alvo. Berlim pretende alcançar essa meta até 2031, segundo a Deutsche Welle.

A embaixadora alemã nos EUA, Emily Haber, disse que as tropas americanas não estão no país para defender a Alemanha, mas sim para defender a segurança transatlântica, noticiou a Reuters.

Analistas destacaram que a presença militar americana na Europa garante um centro estratégico importante para a coordenação de operações no Oriente Médio e na África. Estrategistas disseram à BBC que consideram que a medida pode apenas beneficiar a Rússia e enfraquecer a Otan. A decisão deve ser monitorada por aliados dos EUA pelo globo, que consideram Trump um parceiro cada vez mais inconstante.

A presença militar americana na Alemanha é um legado da ocupação dos Aliados no país após a Segunda Guerra Mundial. A Alemanha é o país europeu que abriga o maior número de soldados dos Estados Unidos.

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